EUA, Europa e Japão enfrentam ondas de calor extremo
Estados Unidos, Europa, Japão e outras parte do planeta devem registrar recordes de calor neste fim de semana, o que obrigou as autoridades a tomarem medidas drásticas diante dos riscos que representam essas temperaturas extremas, o exemplo mais recente das ameaças das mudanças climáticas.
Na Itália, o Ministério da Saúde emitiu alerta vermelho neste sábado (15) para diversas cidades do centro do país.
Em Roma, a capital, há previsão de temperaturas entre 36 e 37°C a partir do domingo. Os termômetros devem continuar subindo nos próximos dias, até alcançarem entre 42 e 43°C na terça-feira, quebrando o recorde de 40,5°C registrado em agosto de 2007.
O centro meteorológico italiano CNI emitiu um alerta para "a onda de calor mais intensa do verão [hemisfério norte] e uma das mais intensas de todos os tempos".
As equipes médicas já estão mobilizadas em todo o país para atender as pessoas que sofram de desidratação.
Na Espanha, a agência meteorológica nacional alertou neste sábado para a chegada de uma nova onda de calor entre segunda e quarta-feira.
O país chega ao final de uma semana marcada por temperaturas muito altas, que superaram os 40°C, principalmente nas Ilhas Canárias e na Andaluzia.
Um incêndio foi declarado hoje em La Palma, nas Canárias, que já arrasou mais de 2.000 hectares.
O leste da França, a Alemanha e a Polônia também enfrentam uma onda de calor intensa.
Na Grécia, a Acrópole de Atenas permanecerá fechada durante o período mais quente neste domingo, pelo terceiro dia consecutivo.
O país vivencia uma onda de calor que alcança os 40°C em algumas regiões.
O fechamento do monumento mais visitado da Grécia, que está na lista de Patrimônio Mundial da Unesco, foi determinado "para proteger os trabalhadores e os visitantes", afirmou a ministra da Cultura e dos Esportes, Lina Mendoni.
Uma nova onda de calor poderia afetar o país a partir da próxima quinta-feira, advertiu o Observatório Nacional de Atenas.
- Onda de calor nos Estados Unidos -
Nos Estados Unidos, a intensa onda de calor se estende da Califórnia ao Texas e o pico da temperatura está previsto para o fim de semana.
Durante toda a semana, milhões de pessoas dos estados do sudoeste sofreram os efeitos do calor extremo, que representa um risco para os idosos, trabalhadores do setor de construção, carteiros, entregadores e pessoas sem-teto.
Phoenix, a capital do Arizona, registrou na sexta-feira o 15º dia consecutivo de temperatura acima dos 43°C, segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS, na sigla em inglês).
O Vale da Morte, na Califórnia, um dos lugares mais quentes da Terra, também pode alcançar novos picos no domingo, com até 54°C.
O sul da Califórnia registra vários incêndios ativos, incluindo um no condado de Riverside que devastou mais de 1.200 hectares e motivou uma ordem de saída para os moradores.
Na Ásia, algumas regiões da China, incluindo a capital Pequim, sofrem há várias semanas com períodos de calor intenso combinados com fortes chuvas.
No Japão, a agência meteorológica recomendou medidas de precaução à população para evitar golpes de calor, pois são esperadas temperaturas de 38 a 39°C no domingo e na segunda.
A cidade de Akita, no norte do país, registrou em apenas algumas horas a quantidade de chuva que estava prevista para todo o mês de julho, informou a emissora NHK.
A tempestade provocou pelo menos um deslizamento de terra e obrigou 9.000 pessoas a deixarem suas casas.
- Riscos de incêndio -
A nível mundial, o mês passado foi o junho mais quente já registrado, de acordo com a agência europeia Copernicus e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
A primeira semana de julho foi a mais quente já registrada, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O calor é um dos eventos meteorológicos mais mortais, recordou a OMM. No verão do ano passado, apenas na Europa, as fortes temperaturas provocaram mais de 60.000 mortes, com 18.000 vítimas fatais na Itália, o país mais afetado, segundo um estudo publicado recentemente na revista Nature Medicine.
Além disso, a onda de calor aumenta o risco de incêndio.
Na Grécia, que registrou grandes incêndios florestais em 2021, as autoridades alertaram para o risco elevado de novos incidentes.
Na América do Norte, o verão é marcado por uma série de catástrofes meteorológicas. A fumaça de mais de 500 focos de incêndios fora de controle no Canadá provocou vários episódios de poluição atmosférica que afetaram diversas áreas do nordeste dos Estados Unidos em junho.
(F.Schuster--BBZ)