Berliner Boersenzeitung - Desertificação na Espanha acelera avanço das terras inóspitas

EUR -
AED 4.087691
AFN 77.216219
ALL 99.146863
AMD 431.530556
ANG 2.008679
AOA 1031.493152
ARS 1071.444832
AUD 1.636718
AWG 2.00463
AZN 1.833968
BAM 1.951391
BBD 2.250335
BDT 133.190246
BGN 1.959446
BHD 0.419383
BIF 3230.238279
BMD 1.11291
BND 1.439161
BOB 7.701667
BRL 6.030747
BSD 1.114592
BTN 93.214008
BWP 14.663221
BYN 3.647491
BYR 21813.042196
BZD 2.246534
CAD 1.51141
CDF 3194.052731
CHF 0.943726
CLF 0.037557
CLP 1036.308283
CNY 7.866943
CNH 7.873957
COP 4649.605752
CRC 577.330644
CUC 1.11291
CUP 29.492123
CVE 110.016412
CZK 25.100356
DJF 198.449303
DKK 7.459502
DOP 66.909416
DZD 147.515328
EGP 54.01173
ERN 16.693655
ETB 128.268622
FJD 2.449794
FKP 0.847547
GBP 0.839886
GEL 2.985379
GGP 0.847547
GHS 17.554492
GIP 0.847547
GMD 76.791162
GNF 9630.326265
GTQ 8.61561
GYD 233.107099
HKD 8.674791
HNL 27.647777
HRK 7.566689
HTG 146.879437
HUF 394.157231
IDR 16915.513413
ILS 4.200674
IMP 0.847547
INR 93.082762
IQD 1460.014134
IRR 46859.088964
ISK 152.513253
JEP 0.847547
JMD 175.104342
JOD 0.788716
JPY 159.072742
KES 143.776286
KGS 93.790539
KHR 4523.940499
KMF 492.46545
KPW 1001.618654
KRW 1481.155606
KWD 0.339471
KYD 0.928697
KZT 533.744026
LAK 24610.612066
LBP 99807.176845
LKR 339.266457
LRD 222.881353
LSL 19.418996
LTL 3.286135
LVL 0.673189
LYD 5.309004
MAD 10.808577
MDL 19.446874
MGA 5021.6758
MKD 61.47802
MMK 3614.689295
MNT 3781.669204
MOP 8.946281
MRU 44.118708
MUR 51.049094
MVR 17.083347
MWK 1932.41655
MXN 21.523736
MYR 4.68484
MZN 71.113011
NAD 19.418996
NGN 1825.529362
NIO 41.012723
NOK 11.696776
NPR 149.160304
NZD 1.785843
OMR 0.428437
PAB 1.114592
PEN 4.184283
PGK 4.425001
PHP 61.979083
PKR 309.981864
PLN 4.27323
PYG 8700.419088
QAR 4.063319
RON 4.974488
RSD 117.080389
RUB 103.309148
RWF 1500.840195
SAR 4.176335
SBD 9.260263
SCR 15.165156
SDG 669.441157
SEK 11.332482
SGD 1.439622
SHP 0.847547
SLE 25.426999
SLL 23337.167151
SOS 636.966462
SRD 33.223683
STD 23034.996587
SVC 9.751965
SYP 2796.220485
SZL 19.401981
THB 36.94413
TJS 11.846103
TMT 3.906315
TND 3.375772
TOP 2.615116
TRY 37.881682
TTD 7.575033
TWD 35.593074
TZS 3032.057276
UAH 46.18624
UGX 4138.685594
USD 1.11291
UYU 45.786543
UZS 14199.044041
VEF 4031576.086267
VES 40.879734
VND 27355.33557
VUV 132.126949
WST 3.113325
XAF 654.50164
XAG 0.036076
XAU 0.000431
XCD 3.007696
XDR 0.826041
XOF 654.47817
XPF 119.331742
YER 278.617301
ZAR 19.454062
ZMK 10017.526769
ZMW 29.005331
ZWL 358.356668
Desertificação na Espanha acelera avanço das terras inóspitas
Desertificação na Espanha acelera avanço das terras inóspitas / foto: Jorge Guerrero - AFP

Desertificação na Espanha acelera avanço das terras inóspitas

As frequentes secas e a superexploração industrial, ou agrícola, na Espanha fazem temer uma extensão irreversível de "terras estéreis" - áridas, desprovidas de microrganismos e de vida -, capazes de transformar a "horta da Europa" em um território inóspito.

Tamanho do texto:

"Aqui era um bosque de azinheiras (...) Agora o que nos resta é uma paisagem estática", conta Gabriel del Barrio, pesquisador da Estação Experimental de Zonas Áridas (Eeza) de Almeria, na Andaluzia.

O especialista em desertificação observa diariamente a degradação da paisagem desta região meridional, com algum receio.

"A Espanha não vai se tornar um deserto com dunas como no Saara, é morfologicamente impossível", explicou. No entanto, a desertificação, marcada pela "degradação do solo", que vai perdendo sua "capacidade produtiva", é algo "preocupante".

Entre os causadores deste fenômeno, estão o aquecimento global, que provoca um aumento da temperatura que favorece a evaporação da água e a proliferação de incêndios devastadores, e também a atividade humana - a agricultura intensiva, em particular.

Apesar do seu clima extremamente seco, a província de Almeria se transformou, ao longo dos anos, na "despensa da Europa", com o desenvolvimento de enormes cultivos em estufa: uma área conhecida como o "mar de plástico", de onde milhares de toneladas de tomates, pimentões, abobrinhas e pepinos saem tanto no inverno quanto no verão.

Mas esses 40.000 hectares, irrigados com águas subterrâneas milenares, agravam o problema, "esgotando os aquíferos", destaca Gabriel del Barrio.

- "Situação complicada" -

Embora extrema, a situação não é uma exceção na Espanha.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, 75% do território espanhol está, atualmente, sujeito a um clima que pode levar à desertificação. Isso faz da Espanha o país europeu mais afetado por esse problema.

"Isso nos coloca em uma situação complicada, em que a combinação de temperaturas extremas, secas e outros fatores agrava o risco de erosão, a perda de qualidade do solo", alertou em julho a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera.

O Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC, na sigla em espanhol), ao qual o Eeza é subordinado, afirma que a degradação ativa dos solos triplicou nos últimos dez anos. Esse fenômeno é ainda mais problemático, porque, com frequência, é "irreversível para a escala humana", insistiu o órgão.

Para a Espanha, que fez da agricultura um pilar da sua economia, com exportações no valor de quase 60 bilhões de euros por ano (R$ 313 bilhões na cotação atual), esta situação – caracterizada pela incapacidade dos solos de reter água e matéria orgânica – é motivo de preocupação.

"A erosão do solo é, agora, o principal problema para a maioria dos agricultores na Espanha", estimou a União de Pequenos Agricultores (UPA), que adverte que esta situação "grave" pode ter um "custo econômico" significativo.

- "Trabalho de longo prazo" -

Na Andaluzia, a situação levou algumas pessoas a porem mãos à obra.

"Temos que agir da forma que pudermos, sempre que possível", e não "dar chance ao azar", diz Juan Antonio Merlos, proprietário de uma fazenda de amêndoas de 100 hectares nas colinas de Vélez-Blanco, ao norte de Almeria.

Junto com um punhado de agricultores da associação AlVelAl, o homem de 40 anos introduziu novas práticas "regenerativas" desde que assumiu a fazenda de seus pais há três anos, agora convertida em agricultura ecológica. O objetivo é "frear a erosão" na região.

Essas práticas incluem o uso de esterco em vez de fertilizantes químicos, o abandono de pesticidas "matadores de insetos", o uso limitado do arado, "que prejudica o solo", e o uso de coberturas vegetais compostas de cereais e leguminosas para conservar a umidade do solo quando as chuvas são escassas.

"É um trabalho de longo prazo" baseado em técnicas "conhecidas há muito tempo", explica Juan Antonio Merlos, enquanto examina os ramos de cevada plantados ao pé de suas amendoeiras.

Mas isso não o impede de ser otimista. "Em tese, leva sete anos para ver os resultados da agricultura regenerativa. Mas já começo a notar a diferença no comportamento do solo e dos insetos", garante.

Além de adotar novas práticas, associações ambientalistas também reivindicam uma mudança de modelo, com redução de áreas irrigadas e uso de cultivos que consumam menos água.

"Temos que adaptar nossas demandas aos recursos hídricos realmente disponíveis”, insiste o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).

Essa análise é compartilhada pelo especialista Gabriel del Barrio. "Precisamos administrar o solo de uma forma que seja o mais sustentável possível", para evitar encontrar terras "sem vida", concluiu.

(K.Müller--BBZ)