Berliner Boersenzeitung - Com seus paradoxos, Belém aperta o passo para sediar primeira COP na Amazônia

EUR -
AED 3.784692
AFN 73.198448
ALL 97.52768
AMD 411.285686
ANG 1.854032
AOA 941.270843
ARS 1067.244138
AUD 1.66332
AWG 1.854724
AZN 1.72798
BAM 1.953832
BBD 2.077108
BDT 124.994086
BGN 1.953502
BHD 0.388397
BIF 3042.834761
BMD 1.030402
BND 1.408481
BOB 7.108839
BRL 6.292252
BSD 1.028864
BTN 88.33002
BWP 14.418475
BYN 3.366609
BYR 20195.879422
BZD 2.066418
CAD 1.481383
CDF 2957.253758
CHF 0.938904
CLF 0.037393
CLP 1031.783021
CNY 7.554497
CNH 7.574521
COP 4457.519101
CRC 521.574585
CUC 1.030402
CUP 27.305653
CVE 110.154035
CZK 25.121922
DJF 183.195456
DKK 7.461486
DOP 62.95658
DZD 140.004901
EGP 52.138962
ERN 15.45603
ETB 129.624747
FJD 2.40027
FKP 0.81606
GBP 0.835966
GEL 2.859392
GGP 0.81606
GHS 15.142746
GIP 0.81606
GMD 73.158381
GNF 8892.093166
GTQ 7.939003
GYD 215.153263
HKD 8.016476
HNL 26.223978
HRK 7.390977
HTG 134.214797
HUF 414.468889
IDR 16716.21183
ILS 3.774349
IMP 0.81606
INR 88.54126
IQD 1349.826635
IRR 43379.924605
ISK 145.039346
JEP 0.81606
JMD 161.107706
JOD 0.73097
JPY 162.914286
KES 133.1799
KGS 89.644981
KHR 4157.811575
KMF 492.023583
KPW 927.361234
KRW 1504.891776
KWD 0.317735
KYD 0.857336
KZT 541.854156
LAK 22475.647466
LBP 92324.020464
LKR 304.503255
LRD 192.942625
LSL 19.412744
LTL 3.042509
LVL 0.62328
LYD 5.074723
MAD 10.351931
MDL 18.97988
MGA 4842.889646
MKD 61.500649
MMK 3346.705539
MNT 3501.3059
MOP 8.242996
MRU 41.035755
MUR 48.2738
MVR 15.878359
MWK 1785.207737
MXN 21.062489
MYR 4.637838
MZN 65.853311
NAD 19.412744
NGN 1590.600421
NIO 37.826339
NOK 11.776341
NPR 141.327632
NZD 1.841334
OMR 0.396673
PAB 1.028864
PEN 3.889798
PGK 4.133461
PHP 60.226922
PKR 287.169787
PLN 4.276699
PYG 8141.798255
QAR 3.751177
RON 4.972824
RSD 117.065002
RUB 107.677565
RWF 1427.106786
SAR 3.86768
SBD 8.688662
SCR 15.214057
SDG 619.271538
SEK 11.514232
SGD 1.410981
SHP 0.81606
SLE 23.492236
SLL 21607.018098
SOS 588.872975
SRD 36.167628
STD 21327.241261
SVC 9.001932
SYP 2588.916216
SZL 19.400457
THB 35.744699
TJS 11.254363
TMT 3.606407
TND 3.314287
TOP 2.413305
TRY 36.442947
TTD 6.976972
TWD 33.944569
TZS 2565.700859
UAH 43.510469
UGX 3810.161785
USD 1.030402
UYU 45.244422
UZS 13384.922259
VES 54.833835
VND 26156.755058
VUV 122.33139
WST 2.846782
XAF 655.296878
XAG 0.034189
XAU 0.000387
XCD 2.784713
XDR 0.792202
XOF 653.27507
XPF 119.331742
YER 256.73226
ZAR 19.513235
ZMK 9274.855421
ZMW 28.779009
ZWL 331.789027
Com seus paradoxos, Belém aperta o passo para sediar primeira COP na Amazônia
Com seus paradoxos, Belém aperta o passo para sediar primeira COP na Amazônia / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP

Com seus paradoxos, Belém aperta o passo para sediar primeira COP na Amazônia

Após servir uma cuia de açaí com dourado frito a um frequentador do mercado Ver-O-Peso, cartão postal de Belém, Sandra da Costa lava as mãos e comemora: "A reforma que a gente estava esperando há muito tempo saiu".

Tamanho do texto:

Com 200 operários trabalhando sete dias por semana, este que é considerado o maior mercado a céu aberto da América Latina é um reflexo do que a capital do Pará vive nestes dias: uma transformação frenética para sediar, em novembro, a COP30, a primeira conferência climática da ONU realizada na Amazônia.

Mas o desafio é imenso para esta cidade de 1,3 milhão de habitantes, cortada por canais, que enfrenta uma profunda desigualdade social e a falta de infraestrutura, inclusive de alojamentos, para os 60 mil participantes esperados.

Com um investimento público recorde, Belém corre contra o tempo para restaurar monumentos, transformar seu porto com galpões abandonados em uma área de lazer e drenar sua baía fluvial para permitir a ancoragem de navios de cruzeiro, que vão ampliar a oferta de leitos, além de dois novos hotéis.

- "Divisor de águas" -

A COP30 "vai ser um divisor de águas" para Belém, garante à AFP o prefeito Igor Normando (MDB), de 37 anos, primo do governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB).

"O mundo vai conhecer os desafios do povo amazônico e ver que nada é mais justo do que nos ajudar", diz Normando no alto do antigo Forte do Presépio, com vista para o mercado de açaí, onde a cada madrugada desembarcam toneladas da fruta amazônica para serem enviadas para outros estados do Brasil e o exterior.

A maior floresta tropical do planeta é vital para enfrentar as mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que sofre seus efeitos, com incêndios e secas a cada ano mais extremas.

Especialistas consideram o evento, previsto entre 10 e 21 de novembro, como uma das últimas oportunidades para a humanidade mudar o curso do aquecimento, com um compromisso firme para reduzir as emissões globais de gases estufa e preservar a floresta.

- "Sob a copa de uma árvore" -

Por isso, no novo Parque da Cidade, um antigo aeroclube que concentrará os eventos da COP30, juntamente com o centro de convenções destinado às negociações oficiais, as alusões à natureza e às culturas indígenas da região vão se multiplicar.

Entre as estruturas de metal já de pé para receber os polos de gastronomia e artesanato, árvores, como a sumaúma e a seringueira, são plantadas, enquanto as escavadeiras se apressam para preparar o terreno para abrigar um lago.

Substituir o asfalto por áreas verdes em uma das cidades menos arborizadas do Brasil - apesar de estar na Amazônia - também é o objetivo declarado das autoridades.

Talvez especialmente depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou, em 2023, que as reuniões da primeira COP amazônica, cuja sede ele promoveu pessoalmente após voltar ao poder, poderiam ser realizadas "sob a copa de uma árvore".

- Cidade invisibilizada -

Belém são "duas cidades, a que todo mundo vai ver, (inclusive) os chefes de Estado, e uma cidade não muito distante, que está invisibilizada", afirma o historiador Michel Pinho.

Max Moraes, um barqueiro de 56 anos, morador de Vila da Barca, bairro de palafitas sem saneamento no centro da cidade, próximo de edifícios de apartamentos de luxo, fica indignado.

"O dinheiro (da COP30) vai vir para onde? Vai ser colocado para ajudar a população?", questiona, cético, este homem, sentado em uma passarela de madeira, sobre o lixo que flutua na água amarelada.

Mas na Vila da Barca, fundada há um século por pescadores e agora alvo da especulação imobiliária, segundo seus líderes, a resistência é estratégica.

- "Amazônia urbana" -

"Aqui nossa luta é diária" e "queremos que a COP30 nos leve em conta porque nós também vivemos na Amazônia, ainda que seja uma Amazônia urbana", afirma Inez Medeiros, professora de 37 anos, líder social do bairro.

Com mais de 20 anos de atraso, a Prefeitura acaba de entregar uma centena de casas de moradia social, o que permitirá a algumas famílias disporem, enfim, de um lar digno.

Cada vitória é um incentivo, afirma Inez. Seu próximo desafio: abrir um pequeno hotel flutuante que receberá os participantes da COP para que eles conheçam, em primeira mão, a Belém "fora dos holofotes".

(F.Schuster--BBZ)