Berliner Boersenzeitung - Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia

EUR -
AED 3.943793
AFN 72.486161
ALL 98.111287
AMD 415.916499
ANG 1.935029
AOA 979.773665
ARS 1065.936617
AUD 1.633458
AWG 1.932698
AZN 1.828474
BAM 1.960861
BBD 2.167866
BDT 128.310105
BGN 1.957115
BHD 0.404606
BIF 3108.422473
BMD 1.073721
BND 1.434028
BOB 7.418734
BRL 6.098523
BSD 1.073656
BTN 90.846996
BWP 14.470491
BYN 3.5135
BYR 21044.932802
BZD 2.164216
CAD 1.496928
CDF 3079.431975
CHF 0.940301
CLF 0.03749
CLP 1034.465778
CNY 7.706957
CNH 7.644137
COP 4738.331044
CRC 550.464216
CUC 1.073721
CUP 28.453608
CVE 108.821827
CZK 25.340921
DJF 190.821961
DKK 7.458615
DOP 64.745446
DZD 143.390601
EGP 52.867555
ERN 16.105816
ETB 130.511109
FJD 2.422209
FKP 0.821578
GBP 0.83288
GEL 2.925928
GGP 0.821578
GHS 17.620042
GIP 0.821578
GMD 76.769264
GNF 9266.21306
GTQ 8.285963
GYD 224.625991
HKD 8.349083
HNL 26.943134
HRK 7.396897
HTG 141.265762
HUF 409.458118
IDR 16996.46754
ILS 4.013596
IMP 0.821578
INR 90.444411
IQD 1406.57459
IRR 45209.025195
ISK 148.302623
JEP 0.821578
JMD 170.068914
JOD 0.761482
JPY 165.622013
KES 138.510272
KGS 92.552172
KHR 4370.044454
KMF 492.435298
KPW 966.348713
KRW 1501.679389
KWD 0.329482
KYD 0.89478
KZT 529.302998
LAK 23546.70302
LBP 96688.789106
LKR 314.379166
LRD 204.141235
LSL 18.940487
LTL 3.17042
LVL 0.649483
LYD 5.202166
MAD 10.620168
MDL 19.20308
MGA 4960.591401
MKD 61.657555
MMK 3487.404124
MNT 3648.504196
MOP 8.597428
MRU 42.857543
MUR 49.94987
MVR 16.532146
MWK 1863.979996
MXN 21.652831
MYR 4.734049
MZN 68.616123
NAD 18.940565
NGN 1796.765245
NIO 39.486105
NOK 11.891665
NPR 145.364017
NZD 1.807175
OMR 0.41344
PAB 1.073636
PEN 4.06402
PGK 4.309111
PHP 63.209425
PKR 298.386938
PLN 4.35335
PYG 8346.540768
QAR 3.909257
RON 4.975839
RSD 117.008736
RUB 104.392606
RWF 1460.260643
SAR 4.033651
SBD 8.948297
SCR 14.587098
SDG 645.839949
SEK 11.652
SGD 1.431061
SHP 0.821578
SLE 24.372665
SLL 22515.390361
SOS 613.094967
SRD 37.401971
STD 22223.858135
SVC 9.39499
SYP 2697.756666
SZL 18.940511
THB 36.882311
TJS 11.434229
TMT 3.768761
TND 3.347843
TOP 2.514761
TRY 36.727594
TTD 7.280298
TWD 34.709053
TZS 2925.890001
UAH 44.514091
UGX 3951.197257
USD 1.073721
UYU 44.678844
UZS 13743.62919
VEF 3889610.952007
VES 46.951342
VND 27256.409142
VUV 127.474354
WST 3.00769
XAF 657.712619
XAG 0.031831
XAU 0.000395
XCD 2.901785
XDR 0.804447
XOF 655.506563
XPF 119.331742
YER 268.242403
ZAR 18.965567
ZMK 9664.758887
ZMW 29.097398
ZWL 345.737744
Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia
Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia / foto: JOAQUIN SARMIENTO - AFP

Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia

Atento às antenas de televisão, Fernando Arias, de 61 anos, é uma das pessoas que moram mais perto da cratera em plena efervescência. Assim como ele, alguns poucos trabalhadores solitários vigiam o vulcão Nevado del Ruiz, na Colômbia, em alerta por uma possível erupção devastadora.

Tamanho do texto:

O eletricista garante há 15 anos o funcionamento do sistema público de mídia RTVC em um morro a 6,3 quilômetros da boca do vulcão e a temperaturas abaixo de zero.

A cada 15 dias, ele vive em um apartamento cercado por antenas gigantescas, longe de sua esposa e filha e tendo como única companhia telas de televisão e um rádio. Fernando confessa que se acostumou às condições de seu ofício na colina, onde vivem apenas soldados.

"A solidão e o clima afetam, sim. Com o passar dos anos, a gente se acostuma", disse ele à AFP, aos pés do vulcão localizado na divisa dos departamentos de Tolima e Caldas (centro).

A autoridade geológica declarou o vulcão em alerta laranja ante uma "provável" erupção em "dias ou semanas", devido ao aumento da temperatura da cratera (até 700°C) e aos terremotos (quase dois por segundo em 30 de março).

Desde então, Arias tem uma nova tarefa: todas as manhãs, tira uma fotografia do Ruiz para a mídia estatal.

“O vulcão é a única preocupação neste momento”, afirma, mas o cheiro de enxofre e a fumarola da cratera não o assustam: “a televisão e a rádio não podem perder um minuto”.

- Da guerra ao vulcão -

Se o vulcão entrar em erupção, o soldado Héctor Trejos terá no máximo sete minutos para alertar milhares de pessoas por rádio e depois fugir para um bunker equipado com capacetes, máscaras de gás e óculos de proteção.

De uniforme camuflado, a bordo de um caminhão adaptado pelo Exército para funcionar como uma estação de rádio, ele informa dia e noite sobre os movimentos do chamado "Leão Adormecido". Sua última grande erupção, há mais de três décadas, deixou cerca de 25.000 mortos.

Em caso de erupção, o soldado de 35 anos e locutor amador terá de notificar mais de 57.000 camponeses vizinhos de Ruiz que se recusaram a abandonar suas casas, terras, animais e colheitas.

“Estarei lá 24 horas por dia (...) A menos que haja uma tempestade elétrica, uma queda de energia, a estação estará sempre ligada”, diz ele, em sua pequena sala de trabalho.

Trejos sabe que o destino de um punhado de municípios que o ouvem na montanha depende de sua velocidade de resposta. Perto dos 5.400 metros de altitude do vulcão, as comunicações de rádio e a tecnologia serão cruciais para ganhar minutos em meio à lava, rochas vulcânicas e avalanches de lama.

Em outro ponto da cordilheira, o sargento Miguel Rodríguez acomodou alguns binóculos especializados antes usados para calcular a posição de guerrilheiros e outros inimigos em meio ao conflito armado.

Outros jovens soldados com as mãos inchadas pelo frio monitoram o movimento do vento em computadores para antecipar o caminho de possíveis cinzas.

- "Um amigo" -

As ruínas de Armero recordam o horror da avalanche que se seguiu à erupção do Ruiz em 1985: o esqueleto de um hospital, os destroços de casas devoradas pela natureza e o túmulo de Omaira Sánchez, uma menina de 13 anos que agonizou por três dias diante das câmeras do mundo no meio da lama.

Nessa noite de novembro, Leonel Ortiz, que viveu 55 de seus 77 anos perto do vulcão, ouviu um estrondo, sentiu como "se a terra se movesse" e viu rochas incandescentes caindo por toda parte.

Hoje, comunica por rádio informações sobre o vulcão aos seus vizinhos para que não se repita o pior desastre natural da história da Colômbia.

Enquanto cozinha no fogão a lenha, Rubiela Muñoz, de 57 anos, e sua família ouvem os relatos de Ortiz e as instruções do soldado Trejos, que recomenda manter os animais dentro de casa, devido à emissão de cinzas.

O Exército prevê que eventuais avalanches chegarão a 10 km ao redor da cratera, as cinzas quentes se estenderão até 15 km, e o ar poluído afetará moradores em 100 quilômetros quadrados.

Apesar do risco, Rubiela se recusa a deixar a fazenda de vacas leiteiras sob seus cuidados.

Com os 13 filhos longe, ela resume o sentimento dos camponeses: “temos muito respeito (pelo vulcão) (...) é como se fosse um amigo”.

(P.Werner--BBZ)