Hunter Biden se declara inocente de acusações por crimes fiscais
Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se declarou inocente de acusações de pequenos crimes fiscais, após um acordo com promotores federais ter sido anulado em um tribunal de Delaware, nesta quarta-feira (26).
A surpreendente reversão do acordo firmado no mês passado aconteceu após a juíza Maryellen Noreika levantar dúvidas sobre a polêmica resolução, que também considerava uma acusação de porte de arma contra o filho do presidente, informou a imprensa americana.
Hunter Biden, cujos problemas judiciais mancham a campanha à reeleição de seu pai, Joe, acordou com a Promotoria que seria condenado à liberdade condicional por duas acusações de evasão fiscal em troca de se declarar culpado. O acordo especificava que uma acusação de posse de armas de fogo seria eliminada se ele seguisse um programa de aconselhamento e reabilitação.
No entanto, de acordo com meios de comunicação americanos, o acordo foi suspenso depois que Noreika perguntou o motivo pelo qual se incluía a posse de armas em um caso fiscal, e, além disso, quis saber se o acordo protegia Biden de acusações que poderiam surgir de uma investigação mais ampla sobre seus negócios.
Os promotores não puderam responder a essas perguntas, por isso a juíza disse que não aceitava o acordo e Biden se declarou inocente.
Espera-se que agora sejam realizadas novas negociações que poderão ser mais complexas.
O promotor David Weiss disse no tribunal que segue examinando outros possíveis crimes de Biden.
Weiss não deu mais informações sobre esses eventuais crimes, mas uma questão mencionada no tribunal foi a possível violação da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros, relacionada aos seus negócios na China, Ucrânia e outros países no início da década de 2010, quando seu pai era vice-presidente.
- Ataques políticos -
Os republicanos acusam Weiss de ter dado a Biden um acordo excessivamente favorável aos seus interesses.
A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou nesta quarta-feira que Hunter Biden era "um cidadão privado. Foi uma questão pessoal".
O caso foi "tratado de forma independente pelo Departamento de Justiça sob a direção de um procurador nomeado pelo presidente Trump", acrescentou.
Esse acordo encerrou uma investigação de cinco anos que os republicanos tentaram usar para prejudicar politicamente Joe Biden.
Segundo as acusações, Hunter, um advogado e lobista formado na Universidade de Yale, não apresentou suas declarações de imposto a tempo sobre ganhos superiores a US$ 1,5 milhão em 2017 e 2018.
Ele poderia enfrentar até 12 meses de prisão por cada acusação fiscal e um máximo de 10 anos, pois, tendo consumido drogas, adquiriu ilegalmente uma arma de fogo em 2018.
No entanto, os promotores propuseram a liberdade condicional para as acusações fiscais depois que Biden pagou o que devia, de acordo com seu advogado.
Além disso, a acusação de posse de arma deveria ser suspensa e depois eliminada se Biden completasse o chamado "desvio judicial", que muitas vezes envolve aconselhamento ou reabilitação.
Isso implicava que Biden permanecesse sóbrio, já que essa acusação decorria de um longo período em que ele lutou contra o vício em álcool, crack e outras drogas.
"O presidente e a primeira-dama amam seu filho e o apoiam enquanto ele continua reconstruindo sua vida", enfatizou Jean-Pierre.
(L.Kaufmann--BBZ)