Berliner Boersenzeitung - 'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

EUR -
AED 3.830458
AFN 73.504601
ALL 98.189504
AMD 417.482928
ANG 1.881674
AOA 951.086104
ARS 1072.582155
AUD 1.677698
AWG 1.877143
AZN 1.776997
BAM 1.956189
BBD 2.108119
BDT 124.794789
BGN 1.956243
BHD 0.393278
BIF 3087.513295
BMD 1.042857
BND 1.418582
BOB 7.214433
BRL 6.461283
BSD 1.044107
BTN 89.326744
BWP 14.521885
BYN 3.416879
BYR 20440.000148
BZD 2.097317
CAD 1.50354
CDF 2993.000399
CHF 0.940828
CLF 0.037534
CLP 1035.015593
CNY 7.61161
CNH 7.613279
COP 4586.911132
CRC 529.705219
CUC 1.042857
CUP 27.635714
CVE 110.286907
CZK 25.211702
DJF 185.926932
DKK 7.45904
DOP 63.502614
DZD 141.358079
EGP 53.037535
ERN 15.642857
ETB 133.231965
FJD 2.421936
FKP 0.825924
GBP 0.829508
GEL 2.930836
GGP 0.825924
GHS 15.348049
GIP 0.825924
GMD 75.086086
GNF 9024.792661
GTQ 8.049599
GYD 218.343371
HKD 8.094131
HNL 26.52827
HRK 7.480316
HTG 136.517117
HUF 410.661544
IDR 16878.642979
ILS 3.84627
IMP 0.825924
INR 89.053226
IQD 1367.771691
IRR 43891.254297
ISK 144.56126
JEP 0.825924
JMD 162.522283
JOD 0.739494
JPY 164.619214
KES 135.206857
KGS 90.727951
KHR 4193.833052
KMF 486.10183
KPW 938.570852
KRW 1536.96682
KWD 0.321336
KYD 0.870073
KZT 546.528561
LAK 22822.533408
LBP 93519.576482
LKR 305.410666
LRD 190.027747
LSL 19.559185
LTL 3.079286
LVL 0.630814
LYD 5.13402
MAD 10.534393
MDL 19.252824
MGA 4897.97292
MKD 61.542225
MMK 3387.159345
MNT 3543.628461
MOP 8.347458
MRU 41.649273
MUR 48.962538
MVR 16.063899
MWK 1810.459625
MXN 21.199566
MYR 4.66314
MZN 66.642461
NAD 19.559185
NGN 1615.146262
NIO 38.427633
NOK 11.842149
NPR 142.92239
NZD 1.852338
OMR 0.40141
PAB 1.044107
PEN 3.907076
PGK 4.17783
PHP 60.400241
PKR 290.649934
PLN 4.271805
PYG 8117.612461
QAR 3.805156
RON 4.977666
RSD 116.953231
RUB 110.256401
RWF 1441.186273
SAR 3.917439
SBD 8.74285
SCR 14.538888
SDG 627.282409
SEK 11.473457
SGD 1.416934
SHP 0.825924
SLE 23.780967
SLL 21868.196173
SOS 596.718531
SRD 36.583815
STD 21585.037493
SVC 9.135815
SYP 2620.21013
SZL 19.551884
THB 35.539568
TJS 11.406766
TMT 3.660429
TND 3.331962
TOP 2.44248
TRY 36.70986
TTD 7.095409
TWD 34.230226
TZS 2531.902931
UAH 43.815903
UGX 3829.760734
USD 1.042857
UYU 45.989135
UZS 13490.679753
VES 53.916877
VND 26545.928763
VUV 123.81009
WST 2.881193
XAF 656.087323
XAG 0.035523
XAU 0.000398
XCD 2.818374
XDR 0.800659
XOF 656.087323
XPF 119.331742
YER 261.105398
ZAR 19.483857
ZMK 9386.969522
ZMW 28.94775
ZWL 335.799577
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht / foto: YASUYOSHI CHIBA - AFP

'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

A peça que faltava no escândalo de corrupção da Odebrecht na Colômbia está escondida sob o pseudônimo "Colombian Official 3", um funcionário de alto escalão do governo de Juan Manuel Santos (2010-2018) que recebeu uma propina milionária da construtora brasileira em meio à campanha pela reeleição.

Tamanho do texto:

Embora sua identidade permaneça sob sigilo, os Estados Unidos descrevem-no, em um texto divulgado em agosto pelo Departamento de Justiça, como um "funcionário de alto escalão do Poder Executivo do governo colombiano aproximadamente entre 2010 e 2018", período em que o Prêmio Nobel da Paz de 2016 esteve no poder.

O documento afirma que o misterioso personagem recebeu propina de US$ 3,4 milhões (R$ 16,9 milhões na cotação atual) em troca de favorecer a Odebrecht e seus parceiros colombianos.

O apelido foi-lhe atribuído pela Justiça desse país sul-americano em um acordo de cooperação com a Corficolombiana, uma empresa colombiana associada à construtora brasileira que reconheceu ter pagado subornos de US$ 23 milhões (R$ 114,5 milhões na cotação atual) a funcionários para garantir vários contratos.

Jornalistas, um ex-presidente dessa companhia e até o atual presidente, Gustavo Petro, aventuraram-se a apresentar suas hipóteses sobre a poderosa figura escondida por trás do "Colombian Official 3" ("Funcionário Colombiano3", na tradução literal).

Estas são as pistas reveladas até agora:

- O que ele fez? -

Pelo acordo, essa pessoa se reuniu em maio de 2014 - na reta final do primeiro turno presidencial, em que Santos buscava a reeleição - com um alto executivo da Odebrecht, e outro, da Corficolombiana.

Nessa reunião, os empresários concordaram em dar-lhe US$ 3,4 milhões em troca da obtenção de um contrato para a construção de uma rodovia ligando os municípios de Ocaña e Gamarra (nordeste).

Entre 2014 e 2015, as filiais da Odebrecht e da Corficolombiana transferiram esse valor para o funcionário por meio de terceiros. Depois de ficar em segundo lugar no primeiro turno, em 25 de maio de 2014, Santos se recuperou no segundo turno e venceu Oscar Iván Zuluaga, em 15 de junho. Segundo a Promotoria colombiana, a campanha de Santos recebeu US$ 850 mil (R$ 4,2 milhões na cotação atual) da Odebrecht.

- O que se sabe? -

Diferentemente do ocorrido em outros países latino-americanos, na Colômbia, funcionários de alto escalão do governo não foram julgados pelo escândalo da Odebrecht.

"Sabemos quem subornou" e "quem foram os intermediários. Mas não sabemos para onde foi o dinheiro, porque chegou aos que estão no poder político", resumiu o atual presidente Petro, após tomar conhecimento do acordo de Corficolombiana nos Estados Unidos.

O "Funcionário 3" seria um dos altos comandos do governo favorecidos pelos subornos da Odebrecht.

Ainda é preciso determinar se o então presidente e candidato Santos estava a par da entrega do dinheiro. Roberto Prieto, seu coordenador de campanha, esteve preso por esses acontecimentos entre 2019 e 2022.

- Poderia ser o ex-presidente Santos? -

Citando "uma fonte importante que conhece" o acordo entre a Corficolombiana e os Estados Unidos, a revista Semana garantiu que o ex-presidente Juan Manuel Santos "é, na verdade, o chamado ‘Colombian Official 3'".

O ex-presidente - vencedor do Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para alcançar o acordo de 2016 que desarmou a guerrilha das Farc - descreveu esta versão como uma "falácia" e "uma calúnia imprudente, infame e contraevidente", em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Questionado sobre esta versão, o procurador responsável pelas investigações do caso Odebrecht na Colômbia, Gabriel Jaimes, respondeu: "Não posso afirmar, nem posso negar, que seja Juan Manuel Santos".

- Outros nomes? -

José Elías Melo, ex-presidente da Corficolombiana condenado em 2019 a 11 anos de prisão por estes acontecimentos, disse, por sua vez, ao portal Cambio, que o misterioso funcionário "tinha de ter incidência sobre a decisão do contrato e, claro, sobre a campanha política".

Melo afirma ter sido um bode expiatório usado pelo dono da Corficolombiana e homem mais rico da Colômbia, Luis Carlos Sarmiento, para fugir de suas responsabilidades, e negou ter estado na reunião descrita no texto.

Com base na história das autoridades americanas, ele se animou, contudo, a lançar três nomes.

"Pode ser Juan Manuel Santos, pode ser Germán Vargas Lleras (ministro de Santos em diferentes ministérios entre 2010 e 2013, e seu vice-presidente, entre 2014 e 2017), pode ser María Lorena Gutiérrez (que ocupou vários cargos de chefia na mesma administração e é a atual presidente da Corficolombiana). Não sei", disse o executivo condenado.

Em resposta, Vargas garantiu que teria sido "impossível", para ele, compactuar com a propina em maio de 2014, já que, durante o primeiro semestre do referido ano, não ocupou qualquer cargo no governo.

Gutiérrez não se referiu publicamente a esta acusação.

O último a lançar sua hipótese foi Petro, que, como senador, denunciou a corrupção da Odebrecht. Interrogado pelo Cambio sobre a possível identidade do "número 3", mencionou "Javier Hernández", vice-ministro dos Transportes e vice-presidente da Agência Nacional de Infraestruturas (estatal) entre 2012 e 2014.

(F.Schuster--BBZ)