Berliner Boersenzeitung - Vítima da ditadura franquista testemunha, pela 1ª vez, na Justiça espanhola

EUR -
AED 3.769696
AFN 71.3314
ALL 97.423975
AMD 406.99721
ANG 1.849834
AOA 935.998693
ARS 1058.863803
AUD 1.655159
AWG 1.849932
AZN 1.742651
BAM 1.942879
BBD 2.072437
BDT 124.711813
BGN 1.957741
BHD 0.386898
BIF 2979.390832
BMD 1.026314
BND 1.401109
BOB 7.092897
BRL 6.332564
BSD 1.026384
BTN 88.048147
BWP 14.275339
BYN 3.359026
BYR 20115.763107
BZD 2.061709
CAD 1.478216
CDF 2943.988816
CHF 0.936411
CLF 0.03735
CLP 1030.594623
CNY 7.491478
CNH 7.537418
COP 4503.00594
CRC 523.225362
CUC 1.026314
CUP 27.197333
CVE 110.687962
CZK 25.149223
DJF 182.396896
DKK 7.459002
DOP 62.693664
DZD 139.899243
EGP 52.120455
ERN 15.394717
ETB 130.967272
FJD 2.390748
FKP 0.812823
GBP 0.829568
GEL 2.883746
GGP 0.812823
GHS 15.082838
GIP 0.812823
GMD 73.894291
GNF 8873.075621
GTQ 7.918492
GYD 214.743927
HKD 7.981729
HNL 26.078816
HRK 7.361657
HTG 134.069669
HUF 413.762261
IDR 16673.504461
ILS 3.754362
IMP 0.812823
INR 88.075638
IQD 1344.583979
IRR 43195.006116
ISK 143.694133
JEP 0.812823
JMD 159.717789
JOD 0.728066
JPY 161.78204
KES 132.661187
KGS 89.289543
KHR 4140.543793
KMF 478.390857
KPW 923.682426
KRW 1513.110793
KWD 0.316616
KYD 0.855328
KZT 538.697861
LAK 22394.283891
LBP 91918.586441
LKR 300.941506
LRD 189.372414
LSL 19.212315
LTL 3.030439
LVL 0.620807
LYD 5.044452
MAD 10.385234
MDL 18.927491
MGA 4860.720892
MKD 61.534667
MMK 3333.429281
MNT 3487.416348
MOP 8.222397
MRU 40.933171
MUR 48.185319
MVR 15.807987
MWK 1779.78082
MXN 21.173975
MYR 4.596346
MZN 65.58532
NAD 19.212501
NGN 1586.763922
NIO 37.769548
NOK 11.682575
NPR 140.876837
NZD 1.834523
OMR 0.395128
PAB 1.026384
PEN 3.855434
PGK 4.171299
PHP 59.540092
PKR 286.008771
PLN 4.272086
PYG 8006.828202
QAR 3.742348
RON 4.97403
RSD 116.996764
RUB 113.909806
RWF 1414.222203
SAR 3.854468
SBD 8.604164
SCR 15.353522
SDG 617.326055
SEK 11.446777
SGD 1.40621
SHP 0.812823
SLE 23.392887
SLL 21521.303846
SOS 586.610151
SRD 36.002999
STD 21242.636875
SVC 8.981357
SYP 2578.64608
SZL 19.208626
THB 35.330929
TJS 11.187903
TMT 3.602364
TND 3.294355
TOP 2.403732
TRY 36.268126
TTD 6.975676
TWD 33.791201
TZS 2499.07569
UAH 43.228428
UGX 3774.93141
USD 1.026314
UYU 45.249507
UZS 13246.035639
VES 53.329113
VND 26127.399964
VUV 121.846106
WST 2.835489
XAF 651.635961
XAG 0.034719
XAU 0.000386
XCD 2.773666
XDR 0.787081
XOF 651.629653
XPF 119.331742
YER 256.963449
ZAR 19.222685
ZMK 9238.070371
ZMW 28.559343
ZWL 330.472832
Vítima da ditadura franquista testemunha, pela 1ª vez, na Justiça espanhola
Vítima da ditadura franquista testemunha, pela 1ª vez, na Justiça espanhola / foto: PIERRE-PHILIPPE MARCOU - AFP

Vítima da ditadura franquista testemunha, pela 1ª vez, na Justiça espanhola

Uma vítima de tortura da ditadura testemunhou, nesta sexta-feira (15), diante um juiz espanhol pela primeira vez desde a morte de Francisco Franco em 1975 e, depois da audiência, manifestou a esperança do fim da "impunidade" e de que se faça "justiça".

Tamanho do texto:

A vítima, Julio Pacheco Yepes, testemunhou durante uma hora diante de uma juíza de um tribunal de Madri, o primeiro a admitir uma denúncia do tipo.

Até agora, apesar dos pedidos das Nações Unidas, a Justiça espanhola havia rejeitado todas as denúncias das vítimas da ditadura (1939-1975), alegando a prescrição dos crimes e, sobretudo, a Lei da Anistia de 1977, que perdoou os crimes dos opositores políticos, mas também dos agentes da ordem pública.

Ao sair do tribunal de Madri, Pacheco Yepes e sua esposa, Rosa María García Alcón, que depôs como testemunha, receberam aplausos e gritos de "reparação, verdade, justiça" de quase 30 pessoas que manifestaram apoio.

"A primeira vez que um juiz presta atenção em você e te ouve, significa que pode haver mais (denúncias admitidas) e que (...) podemos enfim obter justiça. Tenho essa esperança", disse o espanhol, de 67 anos, à imprensa.

- Denúncia contra quatro torturadores -

A juíza Ana María Iguácel admitiu a denúncia em maio ao constatar "a possível existência" de "crimes contra a humanidade e torturas", segundo os autos.

Agora, a juíza deve ouvir depoimentos dos acusados e depois decidir se abre o julgamento ou arquiva o caso.

Na audiência desta sexta-feira, segundo o advogado de Pacheco Yepes, Jacinto Lara, esteve presente um procurador da recém-criada Procuradoria dos Direitos Humanos e Memória Democrática.

Esta instituição foi criada pela Lei da Memória Democrática, uma emblemática legislação do governo do socialista Pedro Sánchez para indenizar as vítimas do regime de Franco, aprovada em outubro de 2022.

Membro de uma organização estudantil antifranquista, Julio Pacheco Yepes tinha 19 anos quando foi preso pela polícia secreta em agosto de 1975, apenas três meses antes da morte do ditador.

Ele foi levado para a temida Direção Geral de Segurança, na 'Puerta del Sol', no centro de Madri, onde foi torturado durante dias, segundo seu depoimento, e depois preso sob a acusação de terrorismo.

Em fevereiro deste ano, Pacheco Yepes apresentou uma queixa contra seus quatro torturadores. Um deles é José Manuel Villarejo, uma figura obscura envolvida em vários escândalos relacionados com a elite econômica e política e condenado em junho a 19 anos de prisão por espionagem.

- A denúncia argentina -

As organizações de vítimas do franquismo esperam que o caso de Pacheco Yepes signifique "uma mudança definitiva de critérios" na Justiça "após seis anos de luta nos tribunais espanhóis e 100 denúncias apresentadas" anteriormente sem qualquer resultado, como observaram em um recente comunicado.

Até agora, a Lei de Anistia de 1977 era um muro intransponível.

O conhecido juiz Baltasar Garzón chegou a ser processado e acabou absolvido, por tentar abrir uma investigação sobre os crimes do regime de Franco anistiados por lei.

Para grande desespero das vítimas, alguns torturadores morreram sem serem processados, como o policial Juan Antonio González Pacheco, conhecido como 'Billy el Niño'. Ele faleceu 2020. Uma das pessoas que apresentaram queixa contra ele foi a mulher de Pacheco Yepes, também presa em 1975, mas um tribunal rejeitou a denúncia.

Diante os obstáculos judiciais em Espanha, as associações de vítimas recorreram à Argentina, onde a magistrada María Servini invocou o princípio da justiça universal para iniciar em 2010 uma investigação, ainda aberta, por genocídio e crimes contra a humanidade durante a Guerra Civil (1936-1939) e a ditadura franquista.

Em 2014, a Justiça espanhola negou a extradição solicitada por Servini de cerca de 20 ex-ministros, juízes e agentes da polícia do regime por supostos crimes contra a humanidade.

(B.Hartmann--BBZ)