Berliner Boersenzeitung - Principal exportadora do Equador, indústria camaroneira sofre assédio do crime

EUR -
AED 4.084199
AFN 76.174952
ALL 99.079119
AMD 431.250862
ANG 2.002588
AOA 1032.449338
ARS 1073.331397
AUD 1.624719
AWG 2.004303
AZN 1.892653
BAM 1.955497
BBD 2.243482
BDT 132.781185
BGN 1.955149
BHD 0.41905
BIF 3218.004815
BMD 1.111957
BND 1.434877
BOB 7.695256
BRL 6.15446
BSD 1.111143
BTN 92.821495
BWP 14.630585
BYN 3.635948
BYR 21794.365712
BZD 2.239783
CAD 1.500854
CDF 3191.318194
CHF 0.941722
CLF 0.037188
CLP 1026.181731
CNY 7.840741
CNH 7.848768
COP 4627.688852
CRC 576.239075
CUC 1.111957
CUP 29.466872
CVE 110.361506
CZK 25.134725
DJF 197.617488
DKK 7.459022
DOP 66.995107
DZD 147.421291
EGP 54.106293
ERN 16.679362
ETB 130.663368
FJD 2.440192
FKP 0.846821
GBP 0.833229
GEL 3.035615
GGP 0.846821
GHS 17.458381
GIP 0.846821
GMD 76.724884
GNF 9621.213534
GTQ 8.594782
GYD 232.476466
HKD 8.657406
HNL 27.743449
HRK 7.560211
HTG 146.444517
HUF 394.877992
IDR 16891.634188
ILS 4.208481
IMP 0.846821
INR 92.892253
IQD 1456.664239
IRR 46805.065156
ISK 151.704197
JEP 0.846821
JMD 174.572908
JOD 0.78804
JPY 159.46526
KES 143.443254
KGS 93.682263
KHR 4525.666856
KMF 490.761877
KPW 1000.761061
KRW 1484.10721
KWD 0.339158
KYD 0.925973
KZT 534.288315
LAK 24554.801776
LBP 99631.386136
LKR 338.494211
LRD 215.99783
LSL 19.459018
LTL 3.283321
LVL 0.672612
LYD 5.276193
MAD 10.780429
MDL 19.373342
MGA 5064.965927
MKD 61.50301
MMK 3611.594372
MNT 3778.431312
MOP 8.911157
MRU 44.161394
MUR 50.838656
MVR 17.079894
MWK 1930.358146
MXN 21.596649
MYR 4.673525
MZN 70.998563
NAD 19.460338
NGN 1796.978827
NIO 40.886718
NOK 11.65342
NPR 148.522633
NZD 1.772044
OMR 0.428079
PAB 1.111193
PEN 4.164255
PGK 4.352424
PHP 62.226806
PKR 309.253231
PLN 4.271584
PYG 8648.657807
QAR 4.047803
RON 4.97501
RSD 117.085801
RUB 103.217424
RWF 1492.246877
SAR 4.172027
SBD 9.236961
SCR 14.949655
SDG 668.844263
SEK 11.33456
SGD 1.434931
SHP 0.846821
SLE 25.405228
SLL 23317.1857
SOS 634.927593
SRD 33.842983
STD 23015.273856
SVC 9.722622
SYP 2793.826341
SZL 19.460718
THB 36.605059
TJS 11.811373
TMT 3.891851
TND 3.370022
TOP 2.604314
TRY 37.959887
TTD 7.555269
TWD 35.610991
TZS 3035.643888
UAH 46.007981
UGX 4110.417549
USD 1.111957
UYU 46.243447
UZS 14160.777846
VEF 4028124.221696
VES 40.894302
VND 27376.392032
VUV 132.013821
WST 3.11066
XAF 655.893552
XAG 0.036146
XAU 0.000423
XCD 3.005121
XDR 0.82202
XOF 653.278036
XPF 119.331742
YER 278.350773
ZAR 19.269266
ZMK 10008.950014
ZMW 29.474149
ZWL 358.04984
Principal exportadora do Equador, indústria camaroneira sofre assédio do crime
Principal exportadora do Equador, indústria camaroneira sofre assédio do crime / foto: Marcos Pin - AFP

Principal exportadora do Equador, indústria camaroneira sofre assédio do crime

Roubos em tanques de criação e ataques de indivíduos encapuzados com fuzis em alto-mar. O Equador, primeiro exportador mundial de camarão, produz o crustáceo em meio a uma onda de violência, que deixa um rastro de trabalhadores mortos e feridos.

Tamanho do texto:

A indústria camaroneira equatoriana garante um quinto dos camarões servidos nas mesas ao redor do mundo. Em 2022, as exportações do chamado "ouro rosado" renderam ao país um recorde de 7,28 bilhões de dólares (R$ cerca de 38 bilhões, na cotação da época), 22% do total de vendas ao exterior, segundo dados oficiais.

Para a Câmara Nacional de Aquicultura (CNA), que reúne 4.000 produtores e exportadores de camarão, o setor enfrenta duas ameaças: assaltos a embarcações que transportam o crustáceo no Golfo de Guayaquil (sudoeste) e roubos nos tanques de produção em cativeiro.

Após a subtração, os traficantes vendem o camarão em mercados populares ou a comerciantes que tentam introduzi-lo na cadeia de exportação.

Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 64 atos criminosos contra o setor, como roubos violentos em alto-mar e em rodovias, que deixaram mais de 50 vítimas, inclusive dois mortos, segundo a CNA, que denuncia uma subnotificação.

"Quando saímos para deixar a mercadoria em terra, trabalhamos na defensiva e localizando os pontos de risco onde podem nos assaltar", diz à AFP, sob anonimato, um camaroneiro de Puná, na ilha de mesmo nome, uma das oito do Golfo dedicadas à pesca de camarão. O crustáceo desbancou a banana no topo das exportações não petroleiras do Equador.

Ele fala com medo e sem dar maiores detalhes sobre o último ataque que presenciou em mar aberto, em abril.

"A Marinha patrulha, mas não se atreve a ficar perto dos camaroneiros", acrescenta este homem de 51 anos, 25 dos quais trabalhando na indústria.

Oficiais da Marinha se negaram a levar a AFP em suas patrulhas em áreas de conflito no Golfo, alegando razões de segurança.

- Mortes e máfias -

O presidente da CNA, José Antonio Camposano, afirma que os ataques ocorrem nos mesmos "locais de sempre", denunciados "como zonas vermelhas".

Com radares e tecnologia própria, a entidade tem alertado a polícia sobre os pontos perigosos. Entre eles, Puerto Roma (no Golfo), o arquipélago de Jambelí (mais ao sul) e duas rotas estratégicas na Costa que servem para transportar o produto até as empacotadoras.

Abril, por exemplo, foi um mês sombrio: com um dia de diferença, ocorreram dois ataques que deixaram sete feridos.

No primeiro, homens armados com fuzis atiraram à queima-roupa em seus trabalhadores camaroneiros que saíam de Puerto Roma em uma embarcação. Eles roubaram a carga e fugiram em lanchas rápidas.

Após o ataque, os funcionários chegaram ensanguentados a um cais da cidade portuária de Guayaquil, uma das mais afetadas pelo crime organizado e por quadrilhas ligadas ao narcotráfico, com ramificações internacionais.

No segundo roubo, o motorista de uma empresa camaroneira ficou gravemente ferido ao ser interceptado em uma rodovia por homens armados.

"Continuamos sendo vítimas, diariamente, de uma criminalidade mais bem armada que os policiais", acrescenta Camposano.

Além disso, o dirigente denuncia a "ausência total da força pública" em áreas que são "terra de ninguém", segundo um comunicado.

Proprietários de camaroneiras, que falam sob reserva temendo represálias, destacam a existência de máfias que roubam a mercadoria para financiar seus negócios ilícitos.

- Segurança privada -

"Não é que os roubos ocorram todos os dias, mas quando acontecem, afetam a produção de uma semana inteira", diz Kléber Siguenza, dono de uma fazenda camaroneira na província de Guayas, cuja capital é Guayaquil.

O empresário teme os sequestros após o sofrido por um colega seu em junho, ao sair de uma empresa em Durán, cidade próxima a Guayaquil, assediada por quadrilhas de narcotraficantes.

Ele evita divulgar quanto investiu para blindar sua empresa com seguranças privados e um sistema de vigilância por vídeo.

Segundo a CNA, os camaroneiros vão destinar, este ano, 100 milhões de dólares (cerca de R$ 520 milhões, na cotação atual) à segurança, o que lhes tira competitividade frente à concorrência de países como Índia e Vietnã, onde a produção é mais barata.

Outros fatores, como a queda do preço devido à demanda menor na China, principal destino das exportações, também impactam o mercado.

Edison Brito, presidente da Câmara de Produtores de Camarão da província de El Oro (vizinha a Guayas), denuncia extorsões contra empresas em troca de uma "suposta segurança".

"Cedemos porque não há apoio da Marinha (...) Não temos outra saída (além de pagar)", acrescenta.

As vendas de camarão cresceram de 3,19 bilhões de dólares em 2018 (cerca de R$ 12 milhões na cotação da época) ao teto de US$ 7,28 bilhões em 2022 (aproximadamente R$ 38 bilhões na cotação da época), segundo o Banco Central.

De janeiro a julho deste ano, renderam US$ 4,39 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) para o Equador.

(O.Joost--BBZ)