Berliner Boersenzeitung - Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile

EUR -
AED 4.075441
AFN 76.531707
ALL 98.695892
AMD 430.295824
ANG 1.999872
AOA 1029.425132
ARS 1067.938787
AUD 1.628429
AWG 1.997227
AZN 1.888206
BAM 1.944933
BBD 2.240521
BDT 132.60789
BGN 1.953839
BHD 0.418089
BIF 3216.868524
BMD 1.109571
BND 1.433876
BOB 7.668156
BRL 6.114181
BSD 1.10967
BTN 92.74849
BWP 14.668646
BYN 3.631512
BYR 21747.582525
BZD 2.236742
CAD 1.505787
CDF 3185.576752
CHF 0.944494
CLF 0.037333
CLP 1030.122471
CNY 7.83146
CNH 7.835804
COP 4609.133819
CRC 575.772628
CUC 1.109571
CUP 29.403619
CVE 109.652343
CZK 25.090157
DJF 197.600611
DKK 7.458761
DOP 66.606651
DZD 147.017834
EGP 53.926463
ERN 16.643558
ETB 128.769112
FJD 2.442442
FKP 0.845003
GBP 0.83564
GEL 3.028867
GGP 0.845003
GHS 17.445527
GIP 0.845003
GMD 76.005386
GNF 9587.217676
GTQ 8.578072
GYD 232.142956
HKD 8.638833
HNL 27.526705
HRK 7.543982
HTG 146.418622
HUF 394.407724
IDR 16886.110174
ILS 4.195214
IMP 0.845003
INR 92.680152
IQD 1453.645348
IRR 46704.609464
ISK 152.111112
JEP 0.845003
JMD 174.342759
JOD 0.786245
JPY 159.388148
KES 143.145704
KGS 93.46856
KHR 4506.738431
KMF 489.708703
KPW 998.612854
KRW 1485.34899
KWD 0.338586
KYD 0.924713
KZT 532.025446
LAK 24503.649971
LBP 99370.901842
LKR 338.565295
LRD 221.939963
LSL 19.480705
LTL 3.276273
LVL 0.671168
LYD 5.269416
MAD 10.760081
MDL 19.363289
MGA 5018.822818
MKD 61.509508
MMK 3603.841822
MNT 3770.320635
MOP 8.907431
MRU 44.098616
MUR 50.71428
MVR 17.042587
MWK 1923.998095
MXN 21.574367
MYR 4.669028
MZN 70.845594
NAD 19.480618
NGN 1818.896374
NIO 40.840891
NOK 11.68456
NPR 148.395202
NZD 1.778814
OMR 0.427076
PAB 1.1097
PEN 4.159323
PGK 4.343653
PHP 62.173119
PKR 308.321789
PLN 4.276728
PYG 8657.394779
QAR 4.045696
RON 4.97399
RSD 117.079695
RUB 103.051858
RWF 1495.901558
SAR 4.163682
SBD 9.217133
SCR 15.112322
SDG 667.40269
SEK 11.366413
SGD 1.434614
SHP 0.845003
SLE 25.350694
SLL 23267.13367
SOS 634.145432
SRD 33.514596
STD 22965.869901
SVC 9.709532
SYP 2787.82919
SZL 19.487591
THB 36.612472
TJS 11.795881
TMT 3.883497
TND 3.362413
TOP 2.598728
TRY 37.895812
TTD 7.547761
TWD 35.600572
TZS 3029.12748
UAH 45.865398
UGX 4111.030589
USD 1.109571
UYU 45.852981
UZS 14120.785292
VEF 4019477.560852
VES 40.806629
VND 27312.078768
VUV 131.730443
WST 3.103982
XAF 652.294821
XAG 0.03641
XAU 0.000424
XCD 2.99867
XDR 0.822383
XOF 652.294821
XPF 119.331742
YER 277.753258
ZAR 19.30114
ZMK 9987.466008
ZMW 29.378063
ZWL 357.28126
Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile
Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile / foto: RODRIGO ARANGUA - AFP

Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile

Atados a pedaços de ferro, os corpos eram lançados ao mar nos chamados "voos da morte". Um trilho oxidado, coberto com vestígios de moluscos, é o que resta das raras provas desta prática da ditadura de Augusto Pinochet para sumir com os opositores no Chile.

Tamanho do texto:

O pedaço de metal de cerca de 110 centímetros, que foi recuperado do fundo do mar chileno, é exibido desde a semana passada no Museu da Memória em Santiago, dedicado às vítimas do regime militar (1973-1990).

Os pesquisadores acreditam que o trilho foi amarrado ao corpo de uma das pessoas executadas por homens de Pinochet, que morreu em 2006 sem ser julgado pelas graves violações de direitos humanos cometidas em seu regime.

"É um prova material, palpável e comovente de uma política de extermínio", disse à AFP María Luisa Ortiz, diretora do departamento de coleções e investigação do Museu da Memória e Direitos Humanos.

A ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 vítimas, entre mortos e prisioneiros desaparecidos. O paradeiro de 1.162 dessas pessoas ainda é desconhecido.

O trilho está dentro de uma vitrine, no setor de 'Descobertas' do museu, junto com um pedaço de corda manchado com ferrugem e um parafuso de 13 centímetros.

- O 'sopro' de um militar -

Os três elementos foram encontrados por mergulhadores da polícia em frente a uma praia na localidade de Caldera, 870 km ao norte de Santiago, em junho de 2013, graças a uma denúncia confidencial de um militar. Tudo isso no marco da investigação judicial da chamado Caravana da morte, um dos casos mais emblemáticos dos crimes cometidos pela ditadura.

Dias depois do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973), uma comitiva militar encabeçada pelo general Sergio Arellano sobrevoou de helicóptero várias cidades do país para executar partidários de Allende que haviam sido detidos.

A operação, entre setembro e outubro de 1973, terminou com o assassinato ou desaparecimento forçado de 93 prisioneiros políticos. Por estes casos, a Justiça processou 48 militares, incluindo Pinochet e Arellano (que foram absolvidos por seu estado de saúde), e condenou 27 militares aposentados.

Até o momento, não se sabe ainda a qual caso estão vinculados o trilho, a corda e o parafuso, já que são parte do "caderno reservado" da investigação.

"Um trilho ferroviário não chega ao mar sozinho. Alguém o lançou com um objetivo. A peça fala por si", assegura Ortiz.

O laudo pericial indica que esta evidência está relacionada ao "episódio Copiapó", do caso Caravana da morte.

Em Copiapó, a 77 km de Caldera, a delegação liderada pelo general Arellano executou 13 prisioneiros que foram sepultados no cemitério da cidade. Outros três, de paradeiro desconhecido, podem ter sido lançados ao mar.

- Dois enterros e um lançamento ao mar -

No entanto, a Justiça descarta que estejam relacionados ao ocorrido em Calama, a cerca de 1.500 km de Santiago. Lá, a operação de Arellano, designado por Pinochet como seu "delegado", assassinou 26 pessoas. Todos os corpos foram sepultados no deserto.

Porém, mais de um ano depois, quando os familiares começaram a perguntar pelos prisioneiros, os cadáveres foram desenterrados por militares e levados a outro setor, a um quilômetro de distância, onde voltaram a ser enterrados.

Quinze dias depois, os restos mortais de cinco das vítimas foram desenterrados novamente, e desta vez, envoltos em sacos, colocados em um avião e lançados ao mar, segundo a investigação judicial.

O pedaço de trilho ferroviário, o parafuso metálico e a corda chegaram até o Museu da Memória por determinação do juiz Mario Carroza, coordenador nacional dos casos de violações ao direitos humanos e membro da Suprema Corte.

Estes vestígios são "algo histórico, algo significativo, importante como símbolo e por isso foram entregues" ao museu, explica Carroza à AFP.

(L.Kaufmann--BBZ)