Berliner Boersenzeitung - Barbárie contra cinco amigos aterroriza cidade mexicana

EUR -
AED 4.104306
AFN 77.088534
ALL 99.418435
AMD 432.750729
ANG 2.014513
AOA 1036.724537
ARS 1074.451554
AUD 1.643292
AWG 2.011389
AZN 1.904081
BAM 1.959102
BBD 2.256903
BDT 133.575108
BGN 1.958092
BHD 0.421186
BIF 3240.302737
BMD 1.117438
BND 1.444334
BOB 7.723878
BRL 6.162229
BSD 1.117784
BTN 93.422468
BWP 14.776034
BYN 3.658065
BYR 21901.788071
BZD 2.253057
CAD 1.517761
CDF 3208.165381
CHF 0.950204
CLF 0.037689
CLP 1039.944272
CNY 7.880067
CNH 7.870123
COP 4639.424479
CRC 579.967011
CUC 1.117438
CUP 29.612111
CVE 110.449653
CZK 25.087832
DJF 198.591551
DKK 7.466615
DOP 67.093069
DZD 147.657009
EGP 54.142736
ERN 16.761573
ETB 129.707168
FJD 2.459262
FKP 0.850995
GBP 0.839107
GEL 3.051043
GGP 0.850995
GHS 17.572299
GIP 0.850995
GMD 76.548818
GNF 9657.145107
GTQ 8.640639
GYD 233.829878
HKD 8.706464
HNL 27.727728
HRK 7.597474
HTG 147.485911
HUF 393.539807
IDR 16941.25656
ILS 4.226056
IMP 0.850995
INR 93.284241
IQD 1464.267663
IRR 47035.770303
ISK 152.262556
JEP 0.850995
JMD 175.615957
JOD 0.791709
JPY 160.704414
KES 144.194651
KGS 94.13132
KHR 4539.650463
KMF 493.181764
KPW 1005.693717
KRW 1488.975611
KWD 0.340897
KYD 0.931478
KZT 535.903542
LAK 24682.153929
LBP 100095.695125
LKR 341.03473
LRD 223.552742
LSL 19.623146
LTL 3.299505
LVL 0.675928
LYD 5.308136
MAD 10.838854
MDL 19.505046
MGA 5055.429199
MKD 61.70629
MMK 3629.395577
MNT 3797.054841
MOP 8.97236
MRU 44.421259
MUR 51.268486
MVR 17.164273
MWK 1938.031388
MXN 21.694955
MYR 4.698871
MZN 71.348848
NAD 19.62297
NGN 1831.984424
NIO 41.138777
NOK 11.71545
NPR 149.47891
NZD 1.791197
OMR 0.429669
PAB 1.117764
PEN 4.189604
PGK 4.375531
PHP 62.188829
PKR 310.5762
PLN 4.274593
PYG 8720.696587
QAR 4.075168
RON 4.972492
RSD 117.064808
RUB 103.07316
RWF 1506.852914
SAR 4.193246
SBD 9.282489
SCR 14.59602
SDG 672.143165
SEK 11.365691
SGD 1.442841
SHP 0.850995
SLE 25.530448
SLL 23432.113894
SOS 638.782227
SRD 33.752262
STD 23128.713955
SVC 9.780351
SYP 2807.596846
SZL 19.630258
THB 36.767793
TJS 11.881811
TMT 3.911034
TND 3.386908
TOP 2.617156
TRY 38.130123
TTD 7.602676
TWD 35.736832
TZS 3046.362208
UAH 46.202417
UGX 4141.127086
USD 1.117438
UYU 46.187217
UZS 14223.971001
VEF 4047978.463464
VES 41.096875
VND 27494.566096
VUV 132.664504
WST 3.125992
XAF 657.05254
XAG 0.035881
XAU 0.000426
XCD 3.019933
XDR 0.828396
XOF 657.055485
XPF 119.331742
YER 279.722751
ZAR 19.477573
ZMK 10058.288435
ZMW 29.592341
ZWL 359.814634
Barbárie contra cinco amigos aterroriza cidade mexicana
Barbárie contra cinco amigos aterroriza cidade mexicana / foto: ULISES RUIZ - AFP

Barbárie contra cinco amigos aterroriza cidade mexicana

Mãos impressas com sangue na parede ficaram como uma marca da barbárie em uma casa de Lagos de Moreno, no México, onde cinco jovens, amigos de infância, foram torturados e supostamente assassinados por matadores de aluguel do narcotráfico.

Tamanho do texto:

Três semanas depois do ocorrido, Dante, Diego, Jaime, Roberto Carlos e Uriel continuam desaparecidos, assim como outras 111.200 pessoas no México.

Enquanto isso, os criminosos parecem atingir seu objetivo: a cidade vive uma psicose que paralisa a vida e incentiva os criminosos, que vigiam cada esquina.

"Mantemos a ilusão de que vão nos devolver o corpo para lhe darmos um enterro cristão", diz Armando Olmeda, pai de Roberto Carlos, estudante de engenharia industrial de 20 anos, fã de boxe e que planejava migrar para o Canadá.

Mas o caso dos cinco amigos sequestrados no dia 11 de agosto em um mirante no bairro operário de San Miguel causou polêmica, porque o martírio foi divulgado em uma foto e um vídeo.

- Terror -

Sob um sol intenso, na entrada de uma casa rural semiconstruída, os lagartos correm pela terra retirada pelos peritos dias antes. Ali foram torturados jovens com idades entre 19 e 22 anos, segundo imagens divulgadas por seus algozes. Nelas, aparecem ajoelhados, com as mãos amarradas, amordaçados e o rosto ferido.

Mas a cena mais chocante dessa noite mostra um dos garotos atacando um de seus amigos, provavelmente forçado pelos criminosos. Outros dois corpos jazem inertes.

"Não desejo isso nem ao meu pior inimigo", afirma Ana Martínez, irmã de Jaime, um pedreiro de 21 anos que ela lembra como um "craque" do futebol que desistiu do sonho de ser jogador profissional por falta de recursos.

"Meu irmão estava no lugar e na hora errados. Não era um garoto ruim", diz Ana.

Na localidade de La Orilla del Agua, as casas vizinhas parecem vazias, e a cena do crime aterroriza: manchas de sangue, pedras, com as quais as vítimas teriam sido alvejadas, e olhares ameaçadores.

"Bem-vindos MZ", diz uma mensagem, em aparente alusão a Ismael "Mayo" Zambada, um dos chefes do Cartel de Sinaloa, em guerra com o Cartel Jalisco Nueva Generación, a maior organização criminosa do México espalhada por vários países.

Embora a Promotoria não tenha revelado hipóteses, circulam em Lagos várias versões sobre as possíveis motivações do crime.

Desde a pretensão de recrutar os jovens à força, até a intenção de mostrar do que os traficantes de drogas "são capazes", diz Mauricio Jiménez, padre desta cidade de 112.000 habitantes e igrejas monumentais.

Após os acontecimentos, as autoridades lançaram operações nessa área, onde capturaram 85 pessoas por crimes como desaparecimento de pessoas, informou à AFP o coordenador de Segurança de Jalisco, Ricardo Sánchez.

- Crematórios clandestinos -

Com uma próspera indústria de laticínios e fábricas pertencentes a gigantes como a Nestlé, Lagos é fundamental, ao se conectar com estados como Aguascalientes, Guanajuato e Zacatecas, onde os cartéis estão arraigados.

A poucos quarteirões do local da tragédia, uma olaria rústica permanece isolada, depois que o Ministério Público anunciou em 21 de agosto a descoberta de restos de esqueletos.

"O processo (de identificação) é complicado", porque eles são "afetados pela combustão", disse o procurador Joaquín Méndez.

Nervoso, sem fixar o olhar, um morador garante que, nos fornos de algumas olarias, "incineram" corpos. Disse ter dois há nove meses.

Jalisco é o estado com mais desaparecidos. São quase 15 mil do total nacional, a maioria desde 2006, quando a luta contra as drogas se militarizou, e a taxa de homicídios triplicou para 25 casos a cada 100 mil habitantes hoje.

Alegando inação das autoridades, familiares buscam seus desaparecidos com picaretas e pás e se esquivam dos perigos em municípios como Tlajomulco, onde centenas de corpos foram encontrados este ano.

- 'Soldados da máfia' -

Em Lagos de Moreno, o caso dos cinco deixa os jovens em pânico, já que a maioria dos desaparecidos ali tinha entre 20 e 24 anos.

"São os soldados da máfia" que os recruta com "mentiras", denuncia o padre Jiménez.

Em maio, oito jovens foram assassinados em Zapopan (Jalisco), supostamente enquanto tentavam "desertar" de um "call center", usado para extorquir dinheiro.

"Ser jovem em Lagos e sair à noite é pôr uma arma na boca (...). Não sei mais se volto", afirma um estudante, depois de um segurança particular ter denunciado um suposto "falcón" (informante) rondando a universidade local, onde Roberto Carlos também estudava.

Os horários acadêmicos foram modificados, e alunos como esse jovem deixaram de sair para se divertir e nem buzinam mais.

O impacto econômico é devastador, já que as vendas no comércio despencaram 70%, relata um líder sindical, para quem a polícia "se destaca por sua ausência".

"Nem na pandemia vivemos algo assim", completa.

A tragédia também reabriu feridas.

Em frente à casa onde seu filho e outros cinco jovens foram desintegrados no ácido, em 2013, Ana Teresa Hernández mostra as olheiras proeminentes. Não consegue dormir pensando na dor das vítimas, o que a lembra de seu sofrimento, quando procurava Ángel, de 19 anos, sequestrado por narcotraficantes.

Ana recebeu apenas um osso que sacrificou em um teste de DNA para ter certeza. "É uma ferida que dilacera o tempo todo", desabafou.

Em uma noite fria, depois de uma missa, o pai de Roberto Carlos, a quem deu o nome pelo jogador de futebol brasileiro, espera que sua dor comece a sarar quando encontrarem o filho "do jeito que for".

(B.Hartmann--BBZ)