EUA consolidou mercado de trabalho em fevereiro, apesar de aumento do desemprego
A criação de empregos superou as expectativas em fevereiro nos Estados Unidos, embora a taxa de desemprego tenha aumentado ligeiramente, o que demonstra que a situação está se reequilibrando no mercado de trabalho, cuja saúde foi elogiada pelo presidente Joe Biden no Congresso.
A taxa de desemprego aumentou para 3,9% em fevereiro, frente aos 3,7% no mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Trabalho nesta sexta-feira (8). Esta é a marca mais alta desde janeiro de 2022.
A maior economia do mundo criou 275 mil postos de trabalho em fevereiro, um aumento inesperado depois que o número de janeiro foi revisado para baixo, para 229 mil face aos 353 mil inicialmente anunciados.
Os dados de dezembro também foram superestimados.
Analistas esperavam a criação de 198 mil vagas em fevereiro, bem como uma taxa de desemprego estabilizada em 3,7%, segundo o Market Watch.
As revisões mostram "um crescimento do emprego menos forte do que o esperado anteriormente. No entanto, a economia continua criando postos de trabalho a um ritmo acelerado", comentou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.
Quanto aos salários, "moderaram após um ganho desproporcional no início do ano", ressaltou, o que deve ser visto como um sinal positivo pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), que busca desacelerar a inflação de forma sustentável.
Após elevar as taxas de juros para frear o consumo e aliviar a pressão sobre os preços, o Fed planeja reduzi-las nos próximos meses, o que tornará o crédito mais acessível para as famílias e as empresas.
A inflação "diminuiu consideravelmente", e "sem um aumento significativo do desemprego", comemorou na quarta-feira o presidente do banco central americano, Jerome Powell.
- Poucas demissões -
Biden já havia elogiado a boa saúde do mercado de trabalho na noite de quinta-feira, em seu discurso anual no Congresso americano.
"Foram criados 15 milhões de empregos em três anos, um recorde. E a taxa de desemprego é a mais baixa dos últimos 50 anos", afirmou.
Em fevereiro, a criação de postos de trabalho no setor privado aumentou em comparação ao mês anterior, mas menos do que o esperado, segundo uma pesquisa mensal da ADP/Stanford Lab.
Diante das dificuldades para contratar e reter funcionários, as empresas têm se mostrado cautelosas nas demissões de pessoal.
"As demissões continuam baixas", observou Krishna Guha, economista da consultoria de investimentos Evercore.
No final de janeiro, havia 8,9 milhões de vagas de emprego não preenchidas, um ligeiro declínio em relação a dezembro, segundo dados divulgados quarta-feira pelo Departamento do Trabalho.
(K.Müller--BBZ)