Texas e outros estados processam Biden por bloquear novas exportações de GNL
Estados conservadores liderados pelo Texas processaram nesta quinta-feira (21) o presidente democrata Joe Biden por congelar a aprovação de novas licenças para exportação de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos, medida que consideram prejudicial para suas economias.
A demanda contra Biden e o Departamento de Energia dos Estados Unidos foi apresentada perante um tribunal federal da Louisiana por 16 estados, liderados pelo Texas, o maior produtor de petróleo e gás do país.
Em sua reivindicação, os estados garantem que este bloqueio é "inconstitucional" e ignora "a dependência pública e privada dessas exportações".
No final de janeiro, o governo Biden anunciou que congelaria a entrega de novas licenças para exportar GNL enquanto estudava como esses envios afetam as mudanças climáticas. "Esta pausa nas novas aprovações de GNL vê a crise climática como o que é: a ameaça existencial de nosso tempo", disse Biden à época.
No entanto, para o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, "o decreto unilateral de Biden ignora os mandatos legais, atrapalha a indústria de petróleo e gás, prejudica a economia do Texas e subverte nossa estrutura constitucional".
"Esta proibição vai afastar bilhões de dólares em investimentos do Texas, criar obstáculos para nossa capacidade de maximizar as receitas para as escolas públicas, obrigar os produtores do Texas a queimarem o excesso de gás natural, ao invés de o colocarem no mercado, e aniquilar empregos críticos", acrescentou Paxton em uma nota nesta quinta-feira.
A pausa "nos causa um sério prejuízo, vai causar perturbação no desenvolvimento e na produção de gás natural e não nos deixa outra opção além de recorrer aos tribunais", considerou, por sua vez, a procuradora-geral da Louisiana, Liz Murrill, outro dos estados querelantes, em um comunicado.
Os Estados Unidos começaram a exportar GNL há pouco tempo, em 2016, mas se transformaram rapidamente no maior fornecedor do mundo, impulsionado, em parte, pelo fato de a Europa ter deixado de consumir gás russo após o conflito com a Ucrânia.
A proibição de novas licenças ocorre enquanto Biden busca captar eleitores jovens entusiasmados pelas questões ambientais, a meses das eleições presidenciais.
Se não houver surpresa, Biden enfrentará em novembro o republicano Donald Trump, que considera o aquecimento global causado pelo ser humano uma "farsa" e prometeu acabar com a agenda climática de seu oponente democrata.
(G.Gruner--BBZ)