Ratcliffe, Ineos e seus múltiplos investimentos no esporte
O milionário britânico Jim Ratcliffe, novo acionista do Manchester United com 25% dos papéis do clube, e seu grupo empresarial Ineos já investiram uma parte de seus lucros em diversos projetos esportivos, do ciclismo à vela, passado pela Fórmula 1, atletismo e o futebol.
. Futebol: Suíça, França e Premier League
Ratcliffe e seu gigante industrial Ineos entraram no futebol ao adquirirem o clube suíço Lausanne-Sport em 2017, antes de comprarem o Nice da França em 2019 por 100 milhões de euros (R$ 433 milhões na época).
"É muito dinheiro para um clube francês, mas na Inglaterra é uma quantia bem modesta", declarou Jim Ratcliffe.
Na Suíça, os primeiros passos foram cambaleantes. Desde que o Ineos assumiu o controle, o Lausanne-Sort passou por dois rebaixamentos e dois acessos à primeira divisão, categoria em que a equipe ocupa atualmente o meio da tabela.
"Cometemos algums erros, mas aprendemos rápido", comentou Ratcliffe quando comprou o Nice.
Na época, seu irmão Bob, à frente das operações do futebol no Ineos, tinha colocado como meta chegar à Liga dos Campeões em um prazo "de três a cinco anos".
Nas quatro últimas temporadas, o Nice não manteve regularidade no Campeonato Francês, duas vezes terminando em quinto e duas vezes como nono colocado.
Alguns treinadores passaram pelo clube e com o atual, o italiano Francesco Farioli, a equipe ocupa a vice-liderança depois de 17 das 34 rodadas do campeonato.
. Ciclismo: Ineos Grenadiers, o herdeiro do Team Sky
Em 2019, o Ineos se tornou o principal patrocinador do Team Sky, equipe dominante no ciclismo e que foi renomeada com sua própria marca.
O time britânico venceu o Tour de France em seis ocasiões entre 2012 e 2018 graças a Bradley Wiggins, Chris Froome e Geraint Thomas, com Dave Brailsford como estrategista, antes de se tornar diretor esportivo do grupo Ineos.
Nos anos com o Ineos, a equipe de ciclismo só ganhou o Tour de France uma vez, com o colombiano Egan Bernal, em 2019.
Depois, os investimentos não foram suficientes para competir com a UAE Emirates (ex-Lampre) e a Jumbo-Visma, que venceram na Champs-Élysées com Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, respectivamente.
. Fórmula 1: uma participação na Mercedes
Em 2020, o grupo de Jim Ratcliffe comrou um terço da escuderia Mercedes, uma das mais tradicionais e vitoriosas da Fórmula 1.
Sua chegada, porém, coincidiu com o fim da hegemonia da equipe alemã, que foi campeã mundial sete vezes consecutivas com Lewis Hamilton e Nico Rosberg como pilotos.
Desde então, a F1 tem um novo rei, o holandês Max Verstappen, da Red Bull.
. Atletismo: o 'show' de Kipchoge
O projeto batizado como "Ineos 1:59 Challenge", em 2019, permitiu ao atleta queniano Eliud Kipchoge se tornar o primeiro homem a correr uma maratona em menos de duas horas.
O atual bicampeão olímpico da prova conseguiu o feito em Viena, mas o tempo de 1h59m40s não foi reconhecido pela Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) como recorde mundial já que as circunstâncias foram condicionadas para favorecer Kipchoge.
Oficialmente, o melhor tempo do queniano é de 2h01m09s, que foi o recorde mundial até seu compatriota Kelvin Kiptum terminar a Maratona de Chicago de 2023 em 2h00m35s.
. Vela: rumo à Copa América
No mundo da vela, o Ineos confiou o timão a Ben Ainslie, o regatista mais vitorioso da historia olímpica e que agora comanda o Ineos Britannia.
O capitão da embarcação britânica irá participar da Copa América 2024, em Barcelona, três anos depois de disputar a edição 2021, em Auckland (Nova Zelândia).
(F.Schuster--BBZ)