Suécia celebra 7º título no Eurovision, em meio a homenagens à Ucrânia
A Suécia comemorou, neste domingo (14), a vitória da cantora Loreen na 67ª edição do Festival Eurovision da Canção, a sétima vitória do país no concurso, igualando o recorde da Irlanda.
"Existe apenas uma rainha, e o nome dela é Loreen", escreveu o tabloide Expressen.
"O que Loreen conseguiu é, sem exagero, um feito enorme", disse o jornal, chamando sua faixa de "pura perfeição".
Com "Tattoo", uma canção pop sobre o amor incondicional, a artista, já coroada em 2012, é a segunda a fazer uma dobradinha no Eurovision 36 anos depois de Johnny Logan, pela Irlanda, nos anos 1980. E a primeira mulher a fazê-lo.
"Nos planos musical, artístico e cenográfico, Loreen e sua participação estiveram à altura de todas as expectativas", acrescentou o jornal.
Grande favorita, "aguentou a pressão", disse o canal público de televisão SVT.
Graças a esta vitória, a Suécia será a anfitriã do concurso no próximo ano, pela sétima vez, no 50º aniversário do triunfo de outra banda sueca, ABBA, em Brighton (Reino Unido), com a música "Waterloo".
Realizada no sábado (13), em Liverpool, a edição de 2023 foi concebida como uma homenagem à Ucrânia, país vencedor da edição anterior que, devido à guerra, não pôde sediar o concurso.
Este ano, dos 26 países que participaram da final, a Finlândia ficou em segundo lugar, e Israel, em terceiro.
Os cantores finalistas tiveram três minutos cada para convencer o júri e o público internacional, com a novidade de que, este ano, os telespectadores da América e da Ásia, cujos países não participam da competição, também puderam votar.
- Homenagem à Ucrânia -
O grupo ucraniano Kalush Orchestra abriu o espetáculo com uma versão estendida de "Stefania", a mistura de hip-hop e música tradicional que os levou à vitória em 2022.
Desta vez, contaram com o acompanhamento de dezenas de percussionistas vestidos de soldados no palco e a aparição da princesa de Gales, Kate Middleton, tocando piano em uma gravação em vídeo.
A Ucrânia foi a grande protagonista do festival, realizado sob o lema "Unidos pela música" em um palco totalmente composto por luzes de LED na M&S Arena, em Liverpool.
O país foi representado desta vez pelo duo de música eletrônica Tvorchi com "Heart of Steel", faixa inspirada na resistência durante um mês ao cerco à siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, pelas forças invasoras russas.
"Simboliza força e valentia", explicou o vocalista Jeffery Kenny, que, vestindo um enorme coração metálico sobre seu terno preto, foi transformado em um robô de aço durante sua performance por meio de imagens digitais.
Minutos após sua apresentação, Tvorchi publicou no Instagram que Ternopil, sua cidade natal, havia sido atacada pela Rússia.
"Ternopil foi bombardeada pela Rússia enquanto cantávamos no palco do Eurovision sobre nossos fortes corações, indomabilidade e vontade", escreveu o duo. "Europa, unida contra o mal pela paz", acrescentou.
Em várias músicas, a guerra era o pano de fundo.
Pela Suíça, o jovem cantor Remo Forrer lançou com "Watergun" uma mensagem de paz em um tom grave.
No extremo oposto, o divertido e bigodudo grupo croata Let 3 subiu ao palco com "Mama ŠČ!", uma música corrosiva que ataca de forma pouco dissimulada o presidente russo, Vladimir Putin.
Exibindo dois enormes mísseis, seus integrantes se despiram de seus ridículos uniformes militares e acabaram tocando de roupas íntimas.
Por sua vez, as seis intérpretes checas da banda Vesna, vestidas de rosa e com longas tranças, prestaram sua própria homenagem, cantando em ucraniano uma parte de sua música "My Sister's Crown".
(L.Kaufmann--BBZ)