AFP presta homenagem em Kiev a seu jornalista Arman Soldin, morto na Ucrânia
Amigos e colegas de Arman Soldin, jornalista da AFP morto na semana passada no leste da Ucrânia, se reuniram nesta segunda-feira (15), em Kiev, para celebrar sua memória, sua empatia e sua devoção à profissão.
Arman Soldin morreu em um bombardeio enquanto fazia uma reportagem com uma equipe da AFP perto da cidade sitiada de Bakhmut, epicentro dos combates entre as forças ucranianas e russas.
Dezenas de pessoas, entre elas membros da direção e jornalistas da AFP, se reuniram em um evento organizado pela agência de notícias Ukrinform, no qual foi estendido um estandarte com a foto do jornalista de 32 anos, sorridente.
Citando a mãe de Arman, o presidente da AFP, Fabrice Fries, descreveu o jornalista como "toda a humanidade em um único homem" e ressaltou que era "adorado" por seus amigos, familiares e colegas.
"Arman perdeu a vida para que milhões de pessoas pudessem saber o que acontece na Ucrânia. No momento em que uma guerra desumana devasta a Ucrânia, a memória de Arman é nosso orgulho", acrescentou Fries.
Phil Chetwynd, diretor de informação da AFP, referiu-se a Soldin como "parte integrante" da cobertura da guerra na Ucrânia e agradeceu a ele por ter contribuído com uma cobertura "magnífica".
"Não havia pessoa mais corajosa e comprometida do que Arman Soldin", declarou Chetwynd, acrescentando que "a perda de Arman é devastadora para nós, pois representava o melhor da AFP".
Nascido na Bósnia, Arman Soldin é o terceiro jornalista francês morto desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e pelo menos o 11º jornalista, colaborador ou motorista morto durante a cobertura do conflito, segundo organizações de defesa da liberdade de imprensa.
"A devoção de Arman ao seu trabalho, para contar ao mundo a história desta guerra terrível, foi total", declarou Antoine Lambroschini, redator-chefe encarregado da cobertura na Ucrânia.
"Arman se diferenciou em tudo o que fez porque nunca perdeu de vista o fato de que para além das implicações geopolíticas da guerra da Rússia contra a Ucrânia, há homens, mulheres, crianças, pais e avós, irmãos e irmãs", acrescentou.
"Vamos guardar para sempre no fundo dos nossos corações seu grande sorriso generoso, sua risada, sua coragem, sua atenção com os demais, sua energia, seu entusiasmo, sua alegria de viver", disse Emmanuel Peuchot, jornalista da AFP que estava com Arman no momento de sua morte.
(L.Kaufmann--BBZ)