Macron denuncia agressão 'inaceitável' a familiar de sua esposa
O presidente da França, Emmanuel Macron, denunciou, nesta terça-feira (16), a "inaceitável" agressão a um sobrinho-neto de sua esposa Brigitte, durante uma manifestação contra a reforma da Previdência.
Oito pessoas foram presas na noite de segunda-feira (15) por agressão a Jean-Baptiste Trogneux, de 30 anos, durante uma manifestação contra a reforma da Previdência, informaram uma fonte policial e o pai da vítima.
Trogneux foi atacado em Amiens, cerca de 115 quilômetros ao norte de Paris, por um grupo que participava de um panelaço por ocasião de uma entrevista de Macron no canal TF1.
"São atos inaceitáveis e inqualificáveis", declarou Macron nesta terça, ao chegar para a cúpula do Conselho da Europa em Reykjavik (Islândia). "A violência não tem lugar em uma democracia [...] Nenhuma forma de violência está justificada", afirmou.
O pai de Jean-Baptiste, Jean-Alexandre Trogneux, explicou à AFP que seu filho foi atingido na cabeça, nos braços e nas pernas e que os agressores insultaram o "presidente, sua esposa e nossa família" antes de fugirem, quando três moradores intervieram.
"Um limite foi ultrapassado, estou consternado", acrescentou o pai, especificando que o filho, gerente da loja de chocolates da família, está "em observação" e que seis homens e duas mulheres foram detidos.
Em comunicado enviado à AFP, Brigitte Macron denunciou "a covardia, estupidez e violência" dos agressores. "Eu denunciei várias vezes essa violência que só pode levar a coisas piores", acrescentou.
A classe política, da esquerda à direita, também denunciou o ocorrido. "Bater no sobrinho-neto de um político, com o intuito de prejudicá-lo, é um ato covarde", enfatizou o deputado esquerdista Alexis Corbière.
A França é palco de protestos contra a reforma da Previdência desde janeiro. As novas regras adiam a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e aumentam o tempo de contribuição necessária para uma aposentadoria integral para 43 anos a partir de 2027.
Jean-Alexandre lamentou que, desde a chegada de Macron ao poder em 2017, os protestos contra suas políticas fossem acompanhados por ataques à rede de chocolatarias da família da esposa do presidente, no norte da França.
(A.Berg--BBZ)