OMS promove campanha para que produtores de tabaco troquem de cultivo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou, nesta sexta-feira (26), uma campanha para ajudar um número crescente de produtores de tabaco a mudar de cultivo, uma iniciativa que visa a reforçar a segurança alimentar em países pobres da África e da América do Sul.
A agência da ONU anunciou esta campanha alguns dias antes do Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio).
A OMS, que se inspira em sua iniciativa no Quênia, concederá microcréditos a agricultores de países africanos e latino-americanos para que saldem suas dívidas com a indústria do tabaco e se dediquem a outros tipos de cultivo.
Além de seus efeitos nocivos à saúde de fumantes e agricultores, o cultivo do tabaco representa um problema para a segurança alimentar.
"Um número recorde de 349 milhões de pessoas sofre de insegurança alimentar aguda. Paralelamente, 3,2 milhões de hectares de terra em 124 países são usados para cultivar tabaco", afirmou o diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS, doutor Ruediger Krech, durante uma entrevista coletiva em Genebra.
A agência da ONU expressou preocupação com o fato de que cada vez mais empresas de tabaco estão se estabelecendo em países africanos, onde as plantações de tabaco aumentaram 15% desde 2005.
"Muitas vezes, considera-se que os cultivos de tabaco são importantes para o crescimento econômico, mas, na realidade, isso é um mito", disse Krech, que lembrou que sua contribuição "não ultrapassa 1% do PIB" em cinco países pobres, como Malawi, Moçambique, Zimbábue, Tanzânia e Macedônia do Norte.
(A.Lehmann--BBZ)