Republicano DeSantis inicia campanha à Casa Branca atrás de Trump
O republicano Ron DeSantis iniciou sua campanha às eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos apresentando-se como a melhor alternativa a Donald Trump durante um ato em Clive, no Iowa.
Durante seu discurso, DeSantis fez alusão a Trump ao traçar paralelos e contrastes, embora não tenha mencionado o ex-presidente.
Os Estados Unidos precisam de um presidente "vigoroso" capaz de completar dois mandatos, disse, em alusão ao fato de Trump só poder exercer mais um mandato, por razões constitucionais.
"Liderança não é diversão", disse DeSantis, de 44 anos. "Trata-se de resultados".
Mas ele também tentou agradar os eleitores de Trump. Seu slogan, "Nosso grande retorno americano" evoca o mantra de Trump, "Make America great again" (Fazer os Estados Unidos grandes de novo).
- Cortejando evangélicos -
Em um aceno aos eleitores religiosos, anteriormente conquistados por Trump, DeSantis, que é governador da Flórida, começou sua campanha à Casa Branca na igreja evangélica Eternity Church de Clive, pequena cidade do Meio Oeste, sob um retrato gigante de Jesus Cristo.
Católico praticante, ele destacou em entrevistas recentes suas medidas conservadoras, como a proibição de discutir a identidade de gênero e a orientação sexual nas escolas, o bloqueio ao financiamento de iniciativas para promover a diversidade nas universidades públicas e uma das leis sobre o aborto mais restritivas do país.
Sem a projeção nacional de Trump, o republicano mais bem colocado nas pesquisas, DeSantis tenta se apresentar como um político eficaz, implicitamente se distanciando da reputação de inércia legislativa do ex-presidente.
Sua presença em Iowa na terça-feira foi sua segunda visita este mês ao estado, que tem um papel-chave por ser o primeiro a votar nas primárias do Partido Republicano, o que dá um forte impulso ao vencedor.
O ato marcou o início de uma visita de quatro dias a cidades de Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul.
- "Carga excessiva" -
As pesquisas situam DeSantis atrás de Trump, que prepara o lançamento de sua própria campanha em Iowa esta semana.
Em seu discurso, DeSantis evitou criticar Trump explicitamente e correr o risco de ofender uma grande base de eleitores que poderia se afastar do ex-presidente, envolvido em problemas judiciais.
Ele visou alguns presentes que expressaram seu cansaço pelo caos, os escândalos e os processos judiciais que ofuscam Trump.
"Acho que é uma carga excessiva, prefiro outro", disse à AFP Kathy Leinenkugel, uma epidemiologista de 67 anos.
A aposentada Martha Burch concordou. "Quero opções", afirmou. "Estão acontecendo muitas coisas com Trump. Não sabemos o que vai acontecer com seus problemas legais".
Após seu discurso, DeSantis falou com a imprensa e foi mais direto nas críticas a Trump, que há pouco o atacou nas redes sociais.
"Vou devolver o golpe", advertiu.
(P.Werner--BBZ)