Suspeito de vazamentos do Pentágono é alvo de novas acusações
Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea dos Estados Unidos acusado de vazar documentos secretos, foi alvo de novas acusações federais nesta quinta-feira (15).
O especialista em informática da Guarda Nacional da Força Aérea, de 21 anos, supostamente orquestrou o mais prejudicial vazamento de documentos classificados dos Estados Unidos em uma década.
Um grande júri federal de Boston apresentou seis acusações de "retenção e transmissão intencional de informações classificadas relacionadas à defesa nacional" contra ele.
Cada acusação pode resultar em até 10 anos de prisão.
Essas acusações somam-se às duas já apresentadas pela Procuradoria contra Teixeira após sua prisão em abril.
Suspeita-se que Teixeira tenha publicado os documentos - alguns datados do início de março - em um grupo de chat privado na plataforma Discord.
Alguns dos arquivos acabaram sendo compartilhados em outros sites, como Twitter, 4Chan e Telegram.
Os documentos, que se espalharam rapidamente pela internet, revelaram a preocupação dos Estados Unidos com a capacidade militar da Ucrânia diante da invasão russa e mostraram que Washington aparentemente espionava seus aliados, como Israel e Coreia do Sul, entre outros detalhes sensíveis.
Foi o maior vazamento desse tipo desde a divulgação em 2013 de documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) por Edward Snowden, e levantou sérias questões sobre o acesso de Teixeira, um jovem funcionário, a segredos de alto nível.
Teixeira era um aviador de primeira classe, a terceira patente mais baixa entre o pessoal alistado da Força Aérea dos Estados Unidos, e possuía autorização de segurança de alto nível desde 2021.
No mês passado, um juiz determinou que Teixeira deveria permanecer preso aguardando julgamento, após os promotores argumentarem que ele representava um risco contínuo para a segurança nacional dos Estados Unidos.
Os promotores alegaram que Teixeira ainda poderia ter acesso a documentos classificados e que nações "hostis" poderiam ajudá-lo a fugir se ele fosse libertado, também citando seu histórico de fazer declarações "violentas".
Teixeira escreveu nas redes sociais em novembro que queria "matar um monte de gente" porque seria "sacrificar os mentalmente fracos", afirmou a Procuradoria em um documento judicial.
Os promotores também assinalaram que Teixeira pediu conselhos a outro usuário sobre que tipo de rifle seria fácil de usar a partir da parte traseira de uma van e que pesquisou tiroteios em massa na internet.
A equipe de defesa de Teixeira alegou que seu cliente não tinha mais acesso a material classificado e que o governo estava exagerando a ameaça que ele representava, argumentando que ele deveria ser libertado sob a custódia de seu pai aguardando o julgamento.
Teixeira foi preso em 13 de abril em uma operação dramática transmitida ao vivo pela televisão.
(K.Lüdke--BBZ)