Berliner Boersenzeitung - Uruguai ratifica 'compromisso democrático' ao recordar 50 anos do golpe de Estado

EUR -
AED 3.93398
AFN 71.761178
ALL 96.184036
AMD 414.757133
ANG 1.930797
AOA 977.344039
ARS 1063.26447
AUD 1.6327
AWG 1.919874
AZN 1.823654
BAM 1.922361
BBD 2.163055
BDT 128.0231
BGN 1.950805
BHD 0.403604
BIF 3103.394723
BMD 1.071059
BND 1.410158
BOB 7.403157
BRL 6.437177
BSD 1.071354
BTN 90.109743
BWP 14.246064
BYN 3.505982
BYR 20992.764993
BZD 2.159418
CAD 1.490176
CDF 3046.092941
CHF 0.938826
CLF 0.037481
CLP 1034.17195
CNY 7.68849
CNH 7.625188
COP 4730.33401
CRC 547.766748
CUC 1.071059
CUP 28.383075
CVE 108.483828
CZK 25.362489
DJF 190.348672
DKK 7.456672
DOP 64.77229
DZD 143.330274
EGP 52.696227
ERN 16.065892
ETB 129.544769
FJD 2.417277
FKP 0.819541
GBP 0.833054
GEL 2.907955
GGP 0.819541
GHS 17.565143
GIP 0.819541
GMD 76.582255
GNF 9243.243099
GTQ 8.268179
GYD 224.129287
HKD 8.327465
HNL 26.862018
HRK 7.378561
HTG 140.976466
HUF 411.343578
IDR 17006.281764
ILS 4.011728
IMP 0.819541
INR 90.31794
IQD 1403.087864
IRR 45083.569503
ISK 148.309377
JEP 0.819541
JMD 169.383653
JOD 0.759698
JPY 165.172898
KES 138.166733
KGS 92.323836
KHR 4364.567395
KMF 482.566019
KPW 963.953253
KRW 1502.626776
KWD 0.328708
KYD 0.892762
KZT 525.268307
LAK 23497.972802
LBP 95893.737729
LKR 313.946128
LRD 204.545587
LSL 18.614715
LTL 3.16256
LVL 0.647873
LYD 5.178605
MAD 10.491073
MDL 19.133995
MGA 4942.939611
MKD 61.607203
MMK 3478.759277
MNT 3639.460001
MOP 8.575159
MRU 42.730537
MUR 49.825952
MVR 16.50489
MWK 1858.82609
MXN 22.145749
MYR 4.716412
MZN 68.413986
NAD 18.604608
NGN 1790.800738
NIO 39.398908
NOK 11.914176
NPR 144.175786
NZD 1.80278
OMR 0.412364
PAB 1.071256
PEN 4.041642
PGK 4.295485
PHP 63.067727
PKR 297.651766
PLN 4.362367
PYG 8377.281239
QAR 3.899194
RON 4.975603
RSD 117.015356
RUB 105.374312
RWF 1461.996133
SAR 4.02355
SBD 8.889072
SCR 14.586835
SDG 644.238629
SEK 11.667094
SGD 1.429784
SHP 0.819541
SLE 24.366729
SLL 22459.577469
SOS 611.574969
SRD 37.385286
STD 22168.767915
SVC 9.373945
SYP 2691.069258
SZL 18.604814
THB 36.716456
TJS 11.409432
TMT 3.748708
TND 3.327242
TOP 2.508523
TRY 36.695886
TTD 7.266534
TWD 34.630034
TZS 2918.636739
UAH 44.432813
UGX 3933.541225
USD 1.071059
UYU 44.574646
UZS 13704.205318
VEF 3879969.083263
VES 46.486825
VND 27188.843845
VUV 127.15836
WST 3.000235
XAF 644.736107
XAG 0.031752
XAU 0.000394
XCD 2.894592
XDR 0.802631
XOF 645.312921
XPF 119.331742
YER 267.577403
ZAR 19.017431
ZMK 9640.817422
ZMW 28.898062
ZWL 344.880702
Uruguai ratifica 'compromisso democrático' ao recordar 50 anos do golpe de Estado
Uruguai ratifica 'compromisso democrático' ao recordar 50 anos do golpe de Estado / foto: Elena BOFFETTA - AFP

Uruguai ratifica 'compromisso democrático' ao recordar 50 anos do golpe de Estado

O Uruguai ratificou na segunda-feira (26) o compromisso de preservar a democracia ao recordar os 50 anos do golpe de Estado que provocou a última ditadura mo país, um regime cívico-militar que durou 12 anos, cujos ecos ainda são sentidos.

Tamanho do texto:

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, e os três ex-presidentes da abertura democrática ainda vivos - Julio María Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), Luis Lacalle Herrera (1990-1995) e José Mujica (2010-2015) - participaram em um ato na sede do Poder Legislativo, que foi acompanhado por uma vigília nos arredores do prédio, organizada pela sociedade civil.

"Há 50 anos, a ditadura tentou calar os representantes do povo. Hoje queremos ratificar nosso compromisso democrático neste Parlamento eleito democraticamente pelos cidadãos", afirmou a vice-presidente, Beatriz Argimón, na abertura da cerimônia.

A última sessão do Senado antes da dissolução das duas Câmaras, na madrugada de 27 de junho de 1973, foi recriada com imagens daquela noite projetadas na cúpula do edifício, enquanto foram ouvidos discursos emblemáticos de legisladores da época.

A apresentação foi aplaudida pelos participantes, vários deles emocionados, que em seguida cantaram o hino nacional no majestoso Salão dos Passos Perdidos, invadido pelos militares há cinco décadas.

A fachada do Palácio Legislativo foi iluminada com as cores da bandeira uruguaia e as palavras "Democracia para sempre", a frase escolhida para marcar a data.

Nos arredores do prédio, centenas de velas foram acesas para marcar o "dia de reflexão", convocado pelo grupo Jacarandá, integrado por ativistas sociais e sindicatos.

- "Guerra interna" -

A última ditadura no Uruguai começou em 27 de junho de 1973, quando o então presidente, Juan María Bordaberry, decretou o fechamento do Parlamento com o apoio das Forças Armadas. Mas a ruptura institucional vinha sendo preparado desde fevereiro daquele ano, quando vários militares se insurgiram contra a nomeação de um ministro.

O clima de "guerra interna" não era novidade.

Historiadores apontam como antecedentes a crise econômica em meados dos anos 1950 e a posterior deterioração social e econômica. Foi na década de 1960 que surgiu a guerrilha urbana Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros (MLN-T), entre outros grupos de esquerda radical inspirados na Revolução cubana.

As ações de luta armada aumentaram o peso dos militares na vida política em um contexto de Guerra Fria, ao qual o Uruguai, assim como o restante do Cone Sul, não ficou alheio, afirmam analistas.

A abertura democrática da década de 1980 na região também ocorreu no Uruguai. Após uma saída combinada com os militares, em 1º de março de 1985 o país encerrou um período obscuro de sua História, que deixou dezenas de milhares de opositores presos, proscritos e exilados.

Oficialmente, são contabilizadas 197 pessoas desaparecidas em ações atribuídas ao Estado uruguaio entre 1968 e 1985, a grande maioria presos na Argentina no âmbito do Plano Condor de colaboração entre os regimes militares da região.

- Junho intenso -

No Uruguai foram identificados cinco presos desaparecidos enterrados em edifícios militares. Os restos mortais de uma mulher, encontrados em 6 de junho em uma unidade do Exército, ainda estão sob análise.

Em 2 de junho, dois militares reformados do Uruguai foram condenados a 12 anos de prisão por crimes contra a humanidade, cometidos durante a ditadura contra militantes comunistas.

E no dia 15 de junho, a Justiça argentina emitiu um apelo internacional para que seja preservado um avião encontrado em território uruguaio, que teria transportado presos durante o Plano Condor.

Em cumprimento a sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Estado uruguaio realizou dois reconhecimentos públicos de sua atuação ilegítima durante o regime.

O ato de reparação mais recente ocorreu em 15 de junho, quando admitiu a execução extrajudicial das três "Muchachas de abril" (Moças de abril), assim como dois desaparecimentos forçados ligados a estes casos. Em 2012, o Estado assumiu sua responsabilidade no desaparecimento, em 1976, da argentina María Claudia García, nora do poeta Juan Gelman.

Bordaberry, que em 1976 foi substituído por presidentes militares, morreu em 2011. Ele estava em prisão domiciliar desde 2007, processado por violações dos direitos humanos.

Gregorio "Goyo" Álvarez, o último militar que governou o Uruguai (1981-85), morreu em 2016, enquanto cumpria pena de 25 anos de prisão pelo homicídio de 37 pessoas no âmbito do Plano Condor. Ele foi um dos que entraram no Salão dos Passos Perdidos há 50 anos.

(P.Werner--BBZ)