Ucrânia reivindica pequenos avanços no front e denuncia novos ataques russos
A Ucrânia afirmou nesta segunda-feira (3) que recuperou 37 quilômetros quadrados no leste e sul do território, no âmbito da contraofensiva de suas tropas após uma semana "difícil", ao mesmo tempo que denunciou novos ataques das forças russas em outra área da frente de batalha.
"A semana passada foi difícil no front, mas fizemos progressos. Avançamos pouco a pouco", resumiu o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no Telegram.
As forças ucranianas lançaram uma grande operação no início de junho com o objetivo de recuperar os territórios ocupados pela Rússia após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Mas os avanços continuam limitados, tanto pela defesa russa quanto pela falta de aviação e artilharia.
A contraofensiva ucraniana é uma operação extremamente difícil e "não é uma surpresa" que esteja progredindo lentamente, disse nesta segunda-feira o almirante Rob Bauer, presidente do Comitê Militar da Otan.
- "Batalha muito difícil" -
A vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, declarou que no sul "o território libertado aumentou 28,4 quilômetros quadrados", o que eleva a área reconquistada nesta zona para 158 quilômetros quadrados desde o lançamento da contraofensiva.
No leste, onde as tropas ucranianas lutam ao redor da cidade devastada de Bakhmut, as conquistas de Kiev foram de apenas 9 quilômetros quadrados, afirmou.
"O inimigo resiste fortemente, está acontecendo uma batalha muito difícil", destacou Maliar.
Nos últimos meses, Moscou preparou linhas de defesa com trincheiras e campos minados.
Do outro lado do front, o exército russo lançou ataques nos setores de Avdiivka, Mariinka e Lyman e, neste fim de semana, em Svatové.
Em Sumy, no nordeste, uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas em um ataque de drone a um prédio residencial, informaram as equipes de resgate.
A lentidão da contraofensiva ucraniana aumenta as tensões. No sábado, Zelensky criticou seus parceiros ocidentais por serem lentos em treinar pilotos ucranianos para conduzir os caças F-16.
"Não há cronograma para missões de treinamento. Acho que alguns parceiros estão demorando. Por que eles estão fazendo isso? Não sei", disse ele.
- "Lealdade" das tropas russas -
Na Rússia, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, afirmou que Kiev não "alcançou seus objetivos em nenhuma" região desde o início da contraofensiva e reivindicou a destruição de 16 tanques Leopard ocidentais entregues à Ucrânia.
Shoigu também afirmou que a rebelião do grupo paramilitar Wagner na Rússia no mês passado "não afetou" o trabalho das tropas e que sua "lealdade" fez o ataque fracassar.
Por outro lado, os serviços de segurança russos (FSB) disseram ter prendido um homem acusado de tentar assassinar com uma bomba o governador pró-Rússia da Crimeia, Serguei Aksionov.
De acordo com o FSB, o detido foi "recrutado por oficiais da SBU", os serviços de segurança ucranianos, e "seguiu um treinamento de inteligência subversiva na Ucrânia, incluindo explosivos".
Desde o início da invasão russa, vários responsáveis da ocupação foram mortos ou feridos em ataques que a Rússia atribui a Kiev.
Por outro lado, os membros da Otan se reunirão na próxima semana em Vilnius, na Lituânia, em busca de uma posição comum sobre as garantias de segurança que estão dispostos a conceder à Ucrânia, na ausência de uma promessa de adesão à Aliança Atlântica.
Nas últimas semanas, a Ucrânia pediu "clareza" sobre suas perspectivas de ingressar na Aliança. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou em 17 de junho que a Ucrânia não receberia tratamento preferencial.
(K.Lüdke--BBZ)