ELN liberta militar colombiana que havia sequestrado junto com seus 2 filhos
A guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) libertou, nesta sexta-feira (7), uma sargento do Exército da Colômbia e seus dois filhos, de seis e oito anos, que haviam sido sequestrados na segunda-feira, às vésperas do início de uma trégua entre os rebeldes e o governo.
"A segundo-sargento Karina Ramírez foi liberada junto com seus dois filhos com a mediação da Defensoria do Povo", informou pelo Twitter o Ministério da Defesa.
Em uma foto divulgada pela pasta, a mulher aparece vestida com uma roupa camuflada junto com os dois menores - um dos quais tem autismo -, três guerrilheiros do ELN, um sacerdote e vários funcionários da Defensoria, órgão estatal que zela pelos direitos humanos.
"É com satisfação que registramos - embora o fato nunca devesse ter ocorrido - a libertação da sargento e de seus filhos que haviam sido capturados pelo ELN [...] grupo armado com o qual foi decretado um cessar-fogo bilateral [...] que começou desde o dia de ontem", afirmou o presidente Gustavo Petro em um evento público na cidade portuária de Buenaventura (sudoeste).
Segundo a Defensoria, a militar e seus filhos "foram recebidos em aparente boa condição de saúde".
Seu sequestro ocorreu enquanto a família viajava de carro por uma área próxima à fronteira com a Venezuela. O episódio foi descrito como "incompreensível" pelo governo, que negocia com o ELN desde o fim do ano passado a fim de encerrar seis décadas de conflito armado.
- Cessar-fogo -
As partes se preparavam para o esperado fim das operações ofensivas, que entrou em vigor na quinta-feira. E, a partir de 3 de agosto, a trégua também incluirá o fim das extorsões, sequestros e outros crimes comuns.
A violência se intensificou às vésperas do início da trégua. Três policiais foram assassinados na terça-feira no departamento Norte de Santander, que faz fronteira com a Venezuela. Dois deles foram mortos por assassinos de aluguel, enquanto outro morreu atingido por disparos de um franco-atirador. Os fatos estão sendo investigados.
Na semana passada, soldados mataram seis guerrilheiros no departamento de Arauca, que também é próximo da Venezuela.
O cessar-fogo terá vigência de seis meses. Se for respeitado, será o período mais longo de suspensão das hostilidades entre as forças estatais e o ELN.
As partes voltarão a se reunir em 14 de agosto na Venezuela para continuar os diálogos de paz.
Fundado no calor da Revolução Cubana, em 1964, o ELN conta com quase 5.900 combatentes, segundo números oficiais de 2022.
Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, quer encerrar este antigo conflito por meio do diálogo com todas as organizações armadas, uma política que - de acordo com a oposição - piorou a segurança pública em diversas regiões.
(Y.Berger--BBZ)