Presidente polonês pede unidade em viagem à Ucrânia antes da cúpula da Otan
O presidente polonês, Andrzej Duda, na Ucrânia neste domingo (9), insistiu na necessidade de os aliados ocidentais se manterem unidos em torno do país em guerra, às vésperas de uma cúpula da Otan em que Kiev busca concretizar o seu processo de adesão à aliança militar.
"Juntos somos mais fortes", disse o presidente Andrzej Duda nas redes sociais, durante uma visita à cidade de Lutsk, no oeste da Ucrânia, junto com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky.
"A Ucrânia e a Polônia estão juntas, unidas na luta contra um inimigo comum", disse o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak, no Telegram.
A Polônia é um dos principais apoios da Ucrânia na Otan, a aliança militar à qual Kiev deseja aderir há anos.
Zelensky voltou da Turquia no sábado, após uma breve viagem pelo leste da Europa, para reunir apoio antes da cúpula da Otan em Vilnius, capital da Lituânia, em 11 e 12 de julho.
O presidente estava acompanhado por altos comandantes do regimento de Azov, que deveriam permanecer na Turquia até o fim do conflito, cumprindo um acordo diplomático entre Moscou e Kiev.
O Kremlin criticou sua repatriação, uma "violação direta" do pacto, segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Os combatentes do regimento são celebrados como heróis na Ucrânia por sua resistência na siderúrgica Azovstal durante o cerco à cidade de Mariupol (sul) e insultados na Rússia por suas ligações com o ultranacionalismo ucraniano.
Um dos combatentes desse batalhão, Denys Prokopenko, citado pela agência de notícias Interfax Ukraine, declarou que vai voltar à frente de batalha.
"É por isso que voltamos para a Ucrânia. É o nosso principal objetivo", disse Prokopenko, que, junto com os outros comandantes, vivia na Turquia desde setembro.
Peskov associou o retorno dos membros do regimento ao "fracasso da contraofensiva ucraniana" lançada em junho, mas também à vontade de Ancara de mostrar a sua "solidariedade" antes da cúpula da Otan.
- Biden na cúpula da Otan -
Nesta reunião da Aliança Atlântica, Kiev receberá "garantias de segurança" dos seus aliados ocidentais, mas será difícil obter um calendário específico para o seu processo de adesão.
Os Estados Unidos já garantiram que a ex-república soviética ainda tem "muitas etapas a superar" e o chefe da aliança, Jens Stoltenberg, estimou que a adesão só poderá ser considerada após a guerra.
O presidente dos EUA, Joe Biden, viajará para a Lituânia na segunda-feira, junto com outros líderes da Otan, antes da cúpula de terça e quarta-feira.
Zelensky disse esperar receber um "sinal claro" sobre a possibilidade de seu país ingressar no grupo.
O presidente ucraniano aplaudiu a "coragem" do seu povo, em um vídeo divulgado no sábado, 500 dias após o início da guerra, gravado na Ilha das Serpentes, no Mar Negro, território que simboliza a resistência contra Moscou.
(B.Hartmann--BBZ)