Berliner Boersenzeitung - Repressão e espírito de revolta no Irã marcam os dois anos da morte de Mahsa Amini

EUR -
AED 4.081513
AFN 77.230118
ALL 99.042862
AMD 430.140447
ANG 2.003297
AOA 1032.870816
ARS 1069.272543
AUD 1.642244
AWG 2.001578
AZN 1.891198
BAM 1.953279
BBD 2.244384
BDT 132.82382
BGN 1.955628
BHD 0.418727
BIF 3214.74806
BMD 1.111216
BND 1.437883
BOB 7.68095
BRL 6.070127
BSD 1.111556
BTN 93.071223
BWP 14.684447
BYN 3.637804
BYR 21779.834762
BZD 2.240568
CAD 1.512215
CDF 3189.190401
CHF 0.941761
CLF 0.037483
CLP 1034.264491
CNY 7.869634
CNH 7.889245
COP 4656.273092
CRC 575.347202
CUC 1.111216
CUP 29.447226
CVE 110.581035
CZK 25.072369
DJF 197.485658
DKK 7.459843
DOP 66.72826
DZD 146.835789
EGP 53.922652
ERN 16.668241
ETB 129.160898
FJD 2.451457
FKP 0.846257
GBP 0.841741
GEL 2.980835
GGP 0.846257
GHS 17.457112
GIP 0.846257
GMD 76.673956
GNF 9612.018347
GTQ 8.597828
GYD 232.625627
HKD 8.660018
HNL 27.735577
HRK 7.55517
HTG 146.669414
HUF 394.304073
IDR 17004.939355
ILS 4.199563
IMP 0.846257
INR 93.080735
IQD 1455.693038
IRR 46787.751798
ISK 152.292299
JEP 0.846257
JMD 174.634647
JOD 0.787521
JPY 158.672729
KES 143.346323
KGS 93.744637
KHR 4522.64896
KMF 491.711705
KPW 1000.093823
KRW 1476.253041
KWD 0.338843
KYD 0.92633
KZT 532.423365
LAK 24568.987385
LBP 99509.397658
LKR 337.191845
LRD 216.687298
LSL 19.545888
LTL 3.281132
LVL 0.672163
LYD 5.283827
MAD 10.841857
MDL 19.313599
MGA 5067.145444
MKD 61.530629
MMK 3609.186415
MNT 3775.91212
MOP 8.922126
MRU 44.114338
MUR 50.948991
MVR 17.057703
MWK 1928.515872
MXN 21.403543
MYR 4.724337
MZN 71.006746
NAD 19.546773
NGN 1821.761212
NIO 40.848097
NOK 11.769856
NPR 148.920849
NZD 1.788863
OMR 0.42778
PAB 1.111546
PEN 4.195007
PGK 4.36469
PHP 62.030859
PKR 309.085048
PLN 4.273859
PYG 8666.738233
QAR 4.04566
RON 4.975249
RSD 117.057684
RUB 104.038142
RWF 1489.029519
SAR 4.170346
SBD 9.246166
SCR 14.965422
SDG 668.391412
SEK 11.34546
SGD 1.440891
SHP 0.846257
SLE 25.38829
SLL 23301.639441
SOS 634.504739
SRD 33.417049
STD 22999.928891
SVC 9.726099
SYP 2791.963614
SZL 19.545971
THB 37.115306
TJS 11.838011
TMT 3.900368
TND 3.36811
TOP 2.611133
TRY 37.856354
TTD 7.550121
TWD 35.523332
TZS 3027.441423
UAH 46.079379
UGX 4134.627366
USD 1.111216
UYU 45.549582
UZS 14162.448707
VEF 4025438.551901
VES 40.818578
VND 27363.69546
VUV 131.925803
WST 3.108586
XAF 655.129292
XAG 0.036848
XAU 0.000435
XCD 3.003117
XDR 0.823859
XOF 655.049687
XPF 119.331742
YER 278.192985
ZAR 19.512729
ZMK 10002.272396
ZMW 29.428495
ZWL 357.811118
Repressão e espírito de revolta no Irã marcam os dois anos da morte de Mahsa Amini
Repressão e espírito de revolta no Irã marcam os dois anos da morte de Mahsa Amini / foto: Atta Kenare - AFP

Repressão e espírito de revolta no Irã marcam os dois anos da morte de Mahsa Amini

O balanço da revolta popular que há dois anos soprou os ventos de mudança no Irã sob o lema "Mulher, Vida, Liberdade" é particularmente sombrio, embora ativistas, presos ou em exílio, se agarrem à esperança de que nem tudo foi em vão.

Tamanho do texto:

As execuções em grande escala se multiplicam, os seus autores gozam de impunidade e os familiares das vítimas são perseguidos pelas forças de segurança da República Islâmica.

O movimento foi desencadeado pela morte sob custódia policial, em 16 de setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, presa por supostamente desrespeitar o rigoroso código de vestimenta islâmico.

Manifestantes denunciavam a obrigatoriedade do uso do hijab (que cobre a cabeça) pelas mulheres e o conservadorismo religioso vigente desde a Revolução Islâmica de 1979.

As mobilizações, lideradas por mulheres, duraram meses, apesar da repressão implacável que resultou em 551 mortes e milhares de detenções, segundo organizações de direitos humanos.

A intensidade dos protestos diminuiu, embora o governo continue punindo aqueles que o desafiam. Dez homens condenados à morte por seu envolvimento nas manifestações foram executados; o último deles, Gholamreza Rasaei, 34 anos, foi enforcado em agosto.

As ONGs também denunciam o aumento das execuções por todos os tipos de infrações e atribuem-no ao desejo de criar medo para dissuadir qualquer indício de descontentamento.

Da prisão de Evin, perto de Teerã, a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Narges Mohammadi, detida desde novembro de 2021, anunciou neste domingo que 34 detentas fizeram greve de fome "em solidariedade ao povo iraniano que protesta contra as políticas opressivas do governo".

Segundo a organização Iran Human Rights (IHR), pelo menos 402 pessoas foram executadas nos primeiros oito meses do ano, uma centena delas em agosto.

"Um número incontável de pessoas no Irã continua sofrendo as consequências da repressão brutal", afirmou Diana Eltahawy, da Anistia Internacional (AI).

- "Tapas" como punição -

De acordo com a Human Rights Watch (HRW), familiares de pessoas mortas, executadas ou detidas em protestos estão sujeitos a ameaças, assédio e podem até ser presos sob falsas acusações.

"As autoridades punem as pessoas duas vezes: executam ou matam alguém de sua família e depois prendem pessoas próximas por pedirem explicações", disse Nahid Naghshbandi, pesquisadora da organização.

Mashallah Karami foi condenado a seis anos de prisão em maio, que passaram a nove anos em agosto, depois de liderar uma campanha para salvar o seu filho Mohammad Mehdi Karami, detido por participar nas manifestações e executado em janeiro de 2023, quando tinha 22 anos.

As autoridades também intensificaram a repressão para evitar qualquer contestação ao uso do hijab.

Segundo a AI, foi observado um "visível aumento de patrulhas a pé, de moto, de carro e em veículos policiais".

Especialistas da ONU acusam o Irã de "intensificar" a repressão contra as mulheres, em particular através do uso recorrente de "agressões" ou "tapas" como medidas de punição.

O Parlamento deverá adotar em breve uma lei destinada a "apoiar a cultura da castidade e do hijab".

- "Legitimidade perdida" -

A Anistia Internacional denuncia o caso de Arezou Badri, uma mulher de 31 anos que ficou paralisada depois de ter sido baleada pela polícia em julho enquanto dirigia no norte do Irã, um incidente relacionado ao código de vestimenta.

Uma missão de investigação da ONU determinou em março que houve "crimes contra a humanidade" na repressão aos protestos, mas nenhum responsável foi punido.

Dois anos depois, os líderes da República Islâmica "não recuperaram sua legitimidade perdida" e "muitos jovens ainda protestam", afirma Roya Boroumand, cofundadora do Centro Abdorrahman Boroumand, com sede nos Estados Unidos.

As manifestações abalaram o regime, mas também reforçaram as divisões da oposição, no Irã ou no exílio.

O movimento "demonstrou o fracasso absoluto das alternativas de oposição ao regime", observa o pesquisador Arash Azizi.

Apesar disso, "continuo acreditando que o Irã não retornará à situação de antes de 2022. Nos próximos anos, a República Islâmica provavelmente sofrerá perturbações fundamentais", completou.

(K.Lüdke--BBZ)