Berliner Boersenzeitung - Trump, um parceiro 'imprevisível' e amigo das 'ameaças'

EUR -
AED 3.881827
AFN 71.801117
ALL 98.350924
AMD 418.144054
ANG 1.902966
AOA 962.784628
ARS 1066.899849
AUD 1.622256
AWG 1.902356
AZN 1.79709
BAM 1.95742
BBD 2.131854
BDT 126.174415
BGN 1.955937
BHD 0.398443
BIF 3119.45527
BMD 1.056865
BND 1.419208
BOB 7.296003
BRL 6.35917
BSD 1.055869
BTN 89.15836
BWP 14.423868
BYN 3.454843
BYR 20714.546156
BZD 2.128251
CAD 1.479056
CDF 3033.20126
CHF 0.93169
CLF 0.037457
CLP 1033.550293
CNY 7.645148
CNH 7.64976
COP 4669.449743
CRC 539.253909
CUC 1.056865
CUP 28.006912
CVE 110.355802
CZK 25.271735
DJF 188.024709
DKK 7.457955
DOP 63.753664
DZD 141.084036
EGP 52.397872
ERN 15.852969
ETB 130.807906
FJD 2.393323
FKP 0.834201
GBP 0.831791
GEL 2.890467
GGP 0.834201
GHS 16.313423
GIP 0.834201
GMD 75.036877
GNF 9099.745675
GTQ 8.146703
GYD 220.831703
HKD 8.22711
HNL 26.714487
HRK 7.538889
HTG 138.427829
HUF 413.064435
IDR 16753.840382
ILS 3.866576
IMP 0.834201
INR 89.309602
IQD 1383.138061
IRR 44467.578216
ISK 144.885498
JEP 0.834201
JMD 166.358456
JOD 0.749635
JPY 158.680819
KES 137.077245
KGS 91.735637
KHR 4255.622372
KMF 493.019391
KPW 951.177739
KRW 1473.258741
KWD 0.324879
KYD 0.879924
KZT 540.724914
LAK 23173.067054
LBP 94551.89834
LKR 306.932547
LRD 189.528636
LSL 19.186887
LTL 3.120646
LVL 0.639287
LYD 5.151238
MAD 10.566294
MDL 19.332907
MGA 4930.056505
MKD 61.531672
MMK 3432.654994
MNT 3591.225853
MOP 8.463764
MRU 42.120052
MUR 48.964329
MVR 16.328487
MWK 1830.90649
MXN 21.60563
MYR 4.691946
MZN 67.520062
NAD 19.186887
NGN 1781.281867
NIO 38.853624
NOK 11.648212
NPR 142.656079
NZD 1.788305
OMR 0.406924
PAB 1.055874
PEN 3.961954
PGK 4.257624
PHP 61.917995
PKR 293.528018
PLN 4.306429
PYG 8234.775664
QAR 3.848667
RON 4.976757
RSD 116.950503
RUB 114.140877
RWF 1469.744088
SAR 3.970484
SBD 8.867718
SCR 14.320894
SDG 635.718537
SEK 11.521906
SGD 1.416299
SHP 0.834201
SLE 23.996107
SLL 22161.927231
SOS 603.396481
SRD 37.418287
STD 21874.963415
SVC 9.238602
SYP 2655.403863
SZL 19.194794
THB 36.196617
TJS 11.509033
TMT 3.709595
TND 3.335444
TOP 2.47528
TRY 36.670348
TTD 7.174904
TWD 34.379593
TZS 2790.122698
UAH 43.911331
UGX 3896.205841
USD 1.056865
UYU 45.227213
UZS 13582.468963
VES 49.941615
VND 26787.818579
VUV 125.473089
WST 2.950334
XAF 656.497173
XAG 0.034362
XAU 0.000397
XCD 2.85623
XDR 0.807665
XOF 656.497173
XPF 119.331742
YER 264.136912
ZAR 19.106313
ZMK 9513.034262
ZMW 28.481435
ZWL 340.30997
Trump, um parceiro 'imprevisível' e amigo das 'ameaças'
Trump, um parceiro 'imprevisível' e amigo das 'ameaças' / foto: Jim WATSON - AFP

Trump, um parceiro 'imprevisível' e amigo das 'ameaças'

A América Latina pode esquecer as gentilezas quando Donald Trump voltar à Casa Branca em janeiro, opinam os especialistas, que temem uma diplomacia das "ameaças" com consequências imprevisíveis.

Tamanho do texto:

O retorno do ex-presidente republicano, quatro anos após uma saída caótica sem reconhecer sua derrota nas urnas, levanta muitas questões.

Como ele governará? Cumprirá a promessa de deportação em massa de imigrantes? Irá impor tarifas de dois dígitos?

"Será simplesmente uma diplomacia sem valores, baseada em motivos transacionais e em seu projeto político", resumiu Christopher Sabatini, pesquisador para a América Latina na Chatham House.

Existe a possibilidade de que ele ignore os direitos humanos em países como El Salvador e México para alcançar seus objetivos em "imigração e na melhoria das relações econômicas", acrescenta.

Em sua opinião, o risco de Trump polarizar a política interna de vários países é real. Isso já foi visto com seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil e aos presidentes Javier Milei na Argentina e Nayib Bukele em El Salvador.

- China e México -

Como região, a América Latina deixou de ser uma prioridade para os Estados Unidos, e é "pouco provável" que isso mude com Trump, antecipa Michael Shifter, professor da Universidade de Georgetown em Washington.

No entanto, ele prestará atenção ao papel da China, sua grande rival, e ao México, principal parceiro comercial e ator-chave no controle dos fluxos migratórios.

"Se ele repetir os erros de sua primeira administração, ameaçando e punindo governos latino-americanos por sua proximidade com a China, isso será contraproducente", adverte Shifter.

E "se ele implementar sua promessa de realizar a deportação em massa mais significativa da história dos Estados Unidos, haverá uma forte reação na América Latina" e "as tensões interamericanas aumentarão consideravelmente".

Trump tem o México na mira. Ele deixou isso claro até mesmo em seu último comício de campanha. Por duas razões: primeiro, porque, segundo o republicano, a China constrói fábricas no país sul-americano para vender produtos nos Estados Unidos, em vez de fabricá-los em território americano.

E pelo fentanil, que, segundo Washington, é uma droga sintética produzida no México com substâncias provenientes da China.

O septuagenário acredita ter encontrado a solução para todos os seus problemas.

"A palavra mais bonita do dicionário é tarifa", repete Trump a cada discurso.

"Vamos ter uma boa relação com a China (...), mas se eles venderem fentanil para os Estados Unidos através do México, vamos impor uma tarifa de 25% até que parem de fazê-lo", afirma.

Ele pensa em fazer o mesmo com o México "se eles não impedirem a entrada desse veneno" nos Estados Unidos. Segundo ele, "eles podem impedir isso não aceitando da China", embora "provavelmente tenham que chegar a um acordo com os cartéis".

Sergio Manuel Alcocer, presidente do Conselho Mexicano de Assuntos Internacionais, acredita que está por vir uma relação "muito complexa".

"A questão é se ele cumprirá suas promessas de campanha."

Suponhamos que sim. "Uma deportação terá efeitos sobre a força de trabalho nos Estados Unidos, na economia" e "graves consequências para o México no aspecto migratório", afirma.

Se a economia dos Estados Unidos "desacelerar, o crescimento do México estará em risco", explica.

Para lidar com Trump, a recém-empossada presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, "teria que adotar uma posição muito pragmática".

"A vitória de Trump pode ser complicada, mas boa para o país" porque ele imporá normas e reagirá se o México se aproximar demais da China ou da Rússia, opina Alcocer.

"O México dirá que é um país soberano e pode fazer o que quiser" e Washington lhe dirá: "ou você vai com a China ou fica com o acordo" T-MEC, o tratado de livre comércio da América do Norte que, por sinal, Trump quer renegociar.

Em relação à migração ilegal, segundo o especialista, "o México deve ter aprendido a lição e não pode ceder às pressões dos Estados Unidos".

Se Washington quiser que os migrantes esperem do outro lado da fronteira até que seus casos migratórios sejam resolvidos nos tribunais, o México "deverá pedir dinheiro, muito dinheiro" como compensação, sugere Alcocer.

Vanda Felbab-Brown, diretora da Iniciativa sobre Atores Armados Não Estatais do Brookings Institution, com sede em Washington, também acredita que, de início, Trump usa "a diplomacia do porrete". "É fanfarronice, são ameaças, uma linguagem agressiva".

Rússia e China podem se beneficiar.

Se, sob a administração Trump, as relações se deteriorarem com um país latino-americano, "a China está bem posicionada para tirar vantagem", assegura Felbab-Brown.

Os Estados Unidos "não têm espaço fiscal nem interesse político para investir em grandes projetos de infraestrutura", como faz a China, acrescenta Sabatini. De modo que competem com Pequim "de mãos atadas nas áreas diplomática e econômica".

(T.Burkhard--BBZ)