Berliner Boersenzeitung - Vacinação retrocede no Brasil, outrora exemplo mundial

EUR -
AED 3.967241
AFN 73.447237
ALL 98.234846
AMD 418.247425
ANG 1.946064
AOA 985.593334
ARS 1073.195864
AUD 1.617385
AWG 1.946881
AZN 1.840419
BAM 1.962925
BBD 2.180214
BDT 129.038379
BGN 1.959043
BHD 0.407127
BIF 3126.890986
BMD 1.080101
BND 1.432547
BOB 7.487902
BRL 6.150635
BSD 1.079819
BTN 91.109332
BWP 14.416796
BYN 3.533794
BYR 21169.970058
BZD 2.17652
CAD 1.497322
CDF 3094.487822
CHF 0.941507
CLF 0.037487
CLP 1034.39084
CNY 7.715051
CNH 7.689554
COP 4668.572453
CRC 551.692299
CUC 1.080101
CUP 28.622664
CVE 113.477511
CZK 25.259989
DJF 191.955193
DKK 7.457468
DOP 65.292064
DZD 144.058431
EGP 53.210829
ERN 16.201508
ETB 131.609812
FJD 2.444292
FKP 0.826459
GBP 0.83198
GEL 2.943279
GGP 0.826459
GHS 17.719075
GIP 0.826459
GMD 77.230597
GNF 9322.347719
GTQ 8.333248
GYD 225.901604
HKD 8.393191
HNL 27.089039
HRK 7.440845
HTG 142.054309
HUF 404.649109
IDR 16810.684387
ILS 4.018185
IMP 0.826459
INR 91.036162
IQD 1414.931672
IRR 45477.632297
ISK 148.373692
JEP 0.826459
JMD 170.890292
JOD 0.766114
JPY 165.08526
KES 139.333189
KGS 93.103587
KHR 4396.009424
KMF 492.471984
KPW 972.090218
KRW 1493.654791
KWD 0.331223
KYD 0.899833
KZT 530.746832
LAK 23692.00473
LBP 96723.000932
LKR 315.945107
LRD 204.51739
LSL 18.869629
LTL 3.189255
LVL 0.653342
LYD 5.22773
MAD 10.653078
MDL 19.365575
MGA 4984.66372
MKD 61.539018
MMK 3508.124335
MNT 3670.181574
MOP 8.644257
MRU 43.091333
MUR 50.17073
MVR 16.64406
MWK 1873.974558
MXN 21.401468
MYR 4.756815
MZN 69.023835
NAD 18.869743
NGN 1816.221949
NIO 39.731468
NOK 11.73614
NPR 145.77473
NZD 1.793247
OMR 0.415861
PAB 1.079779
PEN 4.053076
PGK 4.335529
PHP 62.939074
PKR 300.268152
PLN 4.310951
PYG 8381.34473
QAR 3.932105
RON 4.976044
RSD 117.007639
RUB 105.84835
RWF 1471.096899
SAR 4.057012
SBD 9.016492
SCR 14.963977
SDG 649.683577
SEK 11.548089
SGD 1.425943
SHP 0.826459
SLE 24.615521
SLL 22649.164256
SOS 616.737301
SRD 37.754952
STD 22355.899908
SVC 9.448295
SYP 2713.785232
SZL 18.869214
THB 36.665631
TJS 11.478038
TMT 3.780352
TND 3.357763
TOP 2.5297
TRY 36.970327
TTD 7.324382
TWD 34.662576
TZS 2905.470737
UAH 44.642442
UGX 3963.386168
USD 1.080101
UYU 44.892951
UZS 13841.488016
VEF 3912720.851371
VES 47.665089
VND 27396.749516
VUV 128.231735
WST 3.02556
XAF 658.322176
XAG 0.03202
XAU 0.000397
XCD 2.919025
XDR 0.809609
XOF 658.324086
XPF 119.331742
YER 269.863587
ZAR 18.697247
ZMK 9722.203503
ZMW 29.262131
ZWL 347.791925
Vacinação retrocede no Brasil, outrora exemplo mundial
Vacinação retrocede no Brasil, outrora exemplo mundial / foto: Carl DE SOUZA - AFP

Vacinação retrocede no Brasil, outrora exemplo mundial

O Brasil emergiu do terror da pandemia de covid-19 graças a uma bem-sucedida campanha de vacinação em massa. Mas dois anos depois se depara com um paradoxo: as taxas de imunização - e não apenas para a covid - despencaram, expondo milhões de pessoas a doenças que já haviam sido erradicadas.

Tamanho do texto:

Médicos, governantes e até o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), alertaram para o colapso das taxas de imunização no Brasil, onde a cobertura vacinal geral caiu de 95% em 2015 para 68% no ano passado, segundo dados oficiais.

Para a poliomielite, por exemplo, o número caiu de 85% para 68%, alertando para um possível ressurgimento da doença no país, que a erradicou em 1989. Os números são semelhantes para outras vacinas.

O sarampo, eliminado oficialmente do país em 2016, voltou dois anos depois. Também há temores de que a difteria esteja ressurgindo.

Especialistas dizem que a relutância em se vacinar é um problema crescente em todo o mundo, mas a situação é particularmente preocupante no Brasil, um país que até recentemente era aclamado como líder em vacinação.

Um movimento antivacina, que começou a se espalhar em 2016, ganhou uma nova dimensão ao contar com um aliado de peso: o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), que afirma não ter sido vacinado contra a covid-19 e até brincou que a vacina poderia transformar as pessoas em "jacarés".

"É muito triste observar um país que sempre teve excelência nos programas de vacinação e sempre foi um exemplo para o mundo de repente sofre um movimento antivacina", disse à AFP Natalia Pasternak, diretora do Instituto Questão de Ciência (IQC), um grupo de especialistas em políticas públicas.

A especialista lamentou "ver como 50 anos de trabalho podem ser tão facilmente destruídos em três".

- História de sucesso destruída -

A pandemia demonstrou a importância do sistema de saúde pública universal brasileiro, que, embora enfrente dificuldades, recebe muitos elogios.

Em 2020, foram registradas algumas das imagens mais duras da crise sanitária: valas comuns e corpos amontoados em caminhões refrigerados em lugares como Manaus, onde hospitais ficaram sem oxigênio.

No ano seguinte, surgiram imagens de esperança, como profissionais de saúde transformando o sambódromo do Rio de Janeiro em centro de imunização, ou embarcando na floresta amazônica para entregar vacinas aos povos indígenas.

Especialistas acreditam que a campanha ajudou a evitar uma tragédia muito maior no Brasil, onde mais de 700 mil pessoas já morreram de covid-19, número atrás apenas dos Estados Unidos.

Apesar de um certo atraso no início da campanha, amplamente atribuído a Bolsonaro, no início de 2022 o Brasil havia vacinado 93% dos adultos contra a covid-19.

Depois, as taxas caíram, não apenas para essas vacinas, mas para todo o resto.

- "Infodemia" -

Segundo especialistas, vários fatores causam esse declínio: dificuldade em ficar em dia com as vacinas atrasadas durante a pandemia, falta de acesso a atendimento médico e menor conscientização sobre os perigos de doenças que afetavam a população no passado.

Mas há um novo elemento que agrava o cenário: uma mistura tóxica de política, polarização e desinformação que estourou durante a pandemia e se espalhou pelo mundo.

No Brasil, apesar de Bolsonaro ter perdido a eleição de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva, o movimento antivacina não deixou de prosperar.

"As famílias estão sendo atacadas por desinformação e mentiras. Não é uma pessoa que postou uma besteira, uma fake news, é tudo muito estruturado", disse Isabella Ballalai, da Associação Brasileira de Imunizações.

"As consequências dessa 'infodemia' serão piores do que a própria pandemia de covid-19", alertou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o governo está avaliando como punir os médicos que disseminam desinformação contra as vacinas.

"Fake news criminosas geram um ambiente de dúvida e contribuem para essa falta de adesão à vacinação", disse à AFP.

- Influências locais -

Em pesquisa recente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o IQC constataram que, segundo os médicos, o medo dos efeitos colaterais e a desconfiança das vacinas são os principais motivos pelos quais os pais não vacinam os filhos.

Pasternak, cuja organização trabalha para produzir informações confiáveis para combater a enxurrada de desinformação, propõe convencer a população ao trabalhar com "líderes locais".

"As pessoas ouvem aqueles em quem confiam: pastores, líderes da comunidade", disse.

Mas inverter a tendência não será fácil, admitiu. "Temos muito trabalho a fazer".

(H.Schneide--BBZ)