Berliner Boersenzeitung - Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil

EUR -
AED 3.771483
AFN 71.363494
ALL 97.470517
AMD 407.191642
ANG 1.850717
AOA 936.446182
ARS 1059.400651
AUD 1.655429
AWG 1.850816
AZN 1.742615
BAM 1.943807
BBD 2.073427
BDT 124.771391
BGN 1.956366
BHD 0.387115
BIF 2980.814153
BMD 1.026805
BND 1.401778
BOB 7.096286
BRL 6.317419
BSD 1.026874
BTN 88.09021
BWP 14.282159
BYN 3.360631
BYR 20125.372858
BZD 2.062694
CAD 1.478835
CDF 2945.390268
CHF 0.936482
CLF 0.037385
CLP 1031.558876
CNY 7.495263
CNH 7.536629
COP 4501.61465
CRC 523.475318
CUC 1.026805
CUP 27.210326
CVE 110.740961
CZK 25.158363
DJF 182.483384
DKK 7.459747
DOP 62.480914
DZD 140.185541
EGP 52.14278
ERN 15.402071
ETB 131.029838
FJD 2.418949
FKP 0.813211
GBP 0.829473
GEL 2.890502
GGP 0.813211
GHS 15.097793
GIP 0.813211
GMD 74.449943
GNF 8876.726625
GTQ 7.922275
GYD 214.846515
HKD 7.985096
HNL 26.091274
HRK 7.365174
HTG 134.133717
HUF 413.319613
IDR 16713.865458
ILS 3.754358
IMP 0.813211
INR 88.106367
IQD 1345.226317
IRR 43228.479867
ISK 143.711794
JEP 0.813211
JMD 159.79409
JOD 0.728308
JPY 161.501988
KES 132.724964
KGS 89.332068
KHR 4142.521824
KMF 478.619345
KPW 924.12369
KRW 1507.441672
KWD 0.316773
KYD 0.855737
KZT 538.955209
LAK 22404.982143
LBP 91962.498013
LKR 301.085272
LRD 189.462882
LSL 19.221493
LTL 3.031887
LVL 0.621104
LYD 5.046861
MAD 10.390195
MDL 18.936533
MGA 4863.042968
MKD 61.539968
MMK 3335.021735
MNT 3489.082365
MOP 8.226325
MRU 40.952725
MUR 48.208732
MVR 15.81157
MWK 1780.631061
MXN 21.150668
MYR 4.610865
MZN 65.616652
NAD 19.221679
NGN 1587.522403
NIO 37.787591
NOK 11.699958
NPR 140.944137
NZD 1.835465
OMR 0.395316
PAB 1.026874
PEN 3.857276
PGK 4.173292
PHP 59.544331
PKR 286.145404
PLN 4.27464
PYG 8010.653244
QAR 3.744136
RON 4.974765
RSD 117.009511
RUB 113.975936
RWF 1414.897809
SAR 3.85648
SBD 8.608274
SCR 14.522188
SDG 617.585535
SEK 11.450352
SGD 1.406173
SHP 0.813211
SLE 23.411912
SLL 21531.585056
SOS 586.890388
SRD 36.020505
STD 21252.784959
SVC 8.985647
SYP 2579.877957
SZL 19.217803
THB 35.303084
TJS 11.193248
TMT 3.604085
TND 3.295929
TOP 2.404879
TRY 36.341772
TTD 6.979008
TWD 33.7712
TZS 2500.269579
UAH 43.24908
UGX 3776.73478
USD 1.026805
UYU 45.271123
UZS 13252.363567
VES 53.91409
VND 26139.881609
VUV 121.904315
WST 2.836843
XAF 651.947262
XAG 0.034739
XAU 0.000386
XCD 2.774991
XDR 0.787457
XOF 651.940952
XPF 119.331742
YER 257.086197
ZAR 19.240657
ZMK 9242.478148
ZMW 28.572986
ZWL 330.630707
Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil
Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP

Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil

Marcos Meloni não esquecerá tão cedo o dia no fim de agosto em que lutou contra as chamas que ameaçavam consumir sua plantação de cana-de-açúcar.

Tamanho do texto:

"Quando estávamos no combate ao incêndio, o plástico do espelho retrovisor do caminhão-pipa chegou a encolher" por causa do calor intenso, relata à AFP este agricultor de Barrinha, a 340 quilômetros de São Paulo, no coração de uma importante região produtora.

"Eu achei que ia partir dessa", admite.

Os incêndios incomuns de grande magnitude, que ocorrem da Amazônia até o sul do país há várias semanas, em grande parte de origem criminosa, segundo as autoridades, são favorecidos por uma seca histórica que especialistas atribuem em parte às mudanças climáticas.

O resultado é que as colheitas de cana-de-açúcar, café-arábica, laranja e soja — produtos dos quais o Brasil é o maior produtor e exportador mundial — correm o risco de serem afetadas. Além disso, as chuvas esperadas para outubro podem ser, em algumas regiões, inferiores à média.

Em todo o estado de São Paulo, pelo menos 231.830 hectares de plantações de cana-de-açúcar — dos quatro milhões usados na principal região produtora de açúcar do país — foram atingidos em diferentes graus pelos incêndios, com metade da safra ainda a ser colhida nos próximos meses, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

"Onde a cana ficou em pé, prevemos uma redução de metade da produtividade", indica José Guilherme Nogueira, CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).

Meloni já havia realizado a colheita, mas sofreu danos significativos. "Queimou onde havia brotos, que não estavam saindo, pela escassez de água. Agora estamos esperando para ver em qual área será necessário plantar novamente".

- "Abrir os olhos" -

Em Minas Gerais, estado responsável por 70% da produção de café arábica do Brasil, os cafeicultores também esperam pela chegada das chuvas, necessárias para a floração dos cafeeiros e para a formação dos grãos de café que serão colhidos no próximo ano.

"Falta água no solo, nos últimos 40 anos, é o pior deficit hídrico", lamenta José Marcos Magalhães, presidente da Minasul, a segunda maior cooperativa do país. Até o fim do mês, "tem que ter chuva de boa intensidade" para que haja esperança de uma colheita normal em 2025.

No entanto, as condições climáticas adversas dos últimos tempos já prejudicaram a safra 2024-2025, que está prestes a acabar.

Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previa em maio um aumento de 8,2% na produção de arábica, "é provável que os dados sejam reduzidos para baixo", estima Renato Ribeiro, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.

Concentrada nos estados de São Paulo e Minas Gerais, a produção de laranja, em grande parte destinada à indústria de sucos, também deve sofrer com a seca.

Após anunciar, em maio passado, que a colheita de 2024-2025 seria a mais baixa em três décadas, a associação dos produtores de cítricos do Brasil, Fundecitrus, reduziu ainda mais as previsões há alguns dias e agora estima uma queda de 29,8% na produção, já prejudicada por uma praga bacteriana.

Pilar da força política e da projeção internacional do agronegócio brasileiro, a soja também não está imune.

Este ano, a colheita deve cair 4,7%, segundo a Conab, culpa da seca e das chuvas torrenciais que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio. Agora, a seca está atrasando o novo plantio nas regiões produtoras.

"Se o clima melhorar, os sojicultores conseguem recuperar o atraso", aposta Luiz Fernando Gutierrez, analista da consultoria Safras & Mercado. Mas "se a seca perdurar e pegar outubro, aí começa a ter problemas de lavoura" em 2025, alerta.

Um dos setores econômicos mais impactados pelas mudanças climáticas, a agroindústria tem grande responsabilidade por sua própria desgraça, aponta o climatologista Carlos Nobre.

"Historicamente, é o setor que mais emite gases de efeito estufa no Brasil. Tem que reduzir, e zerar o desmatamento. Ele tem que abrir os olhos", afirma.

(P.Werner--BBZ)