Berliner Boersenzeitung - Glauber Braga resiste à cassação

EUR -
AED 4.196457
AFN 79.377501
ALL 98.041616
AMD 438.196614
ANG 2.04481
AOA 1047.7249
ARS 1354.233403
AUD 1.75543
AWG 2.059459
AZN 1.941574
BAM 1.956291
BBD 2.307149
BDT 139.653235
BGN 1.956749
BHD 0.430652
BIF 3401.750021
BMD 1.142557
BND 1.467924
BOB 7.895741
BRL 6.427569
BSD 1.142772
BTN 97.9656
BWP 15.256364
BYN 3.739524
BYR 22394.115472
BZD 2.295306
CAD 1.560567
CDF 3290.564367
CHF 0.936359
CLF 0.027799
CLP 1066.759761
CNY 8.206983
CNH 8.203164
COP 4694.857755
CRC 581.553671
CUC 1.142557
CUP 30.277758
CVE 110.292696
CZK 24.811993
DJF 203.484865
DKK 7.459354
DOP 67.476058
DZD 150.181331
EGP 56.757083
ERN 17.138354
ETB 155.846161
FJD 2.565262
FKP 0.842166
GBP 0.842007
GEL 3.13633
GGP 0.842166
GHS 11.690578
GIP 0.842166
GMD 79.978791
GNF 9904.487154
GTQ 8.78109
GYD 239.422788
HKD 8.965461
HNL 29.798483
HRK 7.535046
HTG 149.50558
HUF 403.585322
IDR 18572.948136
ILS 3.986467
IMP 0.842166
INR 98.057148
IQD 1496.956254
IRR 48130.209811
ISK 144.407595
JEP 0.842166
JMD 182.215757
JOD 0.81009
JPY 163.701023
KES 147.641731
KGS 99.916002
KHR 4583.010466
KMF 492.442228
KPW 1028.298732
KRW 1550.838072
KWD 0.349908
KYD 0.95221
KZT 582.928525
LAK 24679.441343
LBP 102388.774758
LKR 341.825366
LRD 227.960261
LSL 20.283327
LTL 3.373674
LVL 0.691121
LYD 6.221562
MAD 10.464328
MDL 19.72835
MGA 5181.142342
MKD 61.513837
MMK 2399.0673
MNT 4088.567156
MOP 9.236036
MRU 45.16875
MUR 52.032543
MVR 17.60106
MWK 1981.436869
MXN 21.961761
MYR 4.832961
MZN 73.13534
NAD 20.283593
NGN 1791.66603
NIO 42.050375
NOK 11.524452
NPR 156.75142
NZD 1.889943
OMR 0.439239
PAB 1.142652
PEN 4.130464
PGK 4.766197
PHP 63.523315
PKR 322.345671
PLN 4.284051
PYG 9126.291738
QAR 4.165646
RON 5.050844
RSD 117.179456
RUB 90.609117
RWF 1618.05675
SAR 4.285401
SBD 9.533425
SCR 16.887167
SDG 686.113543
SEK 10.942599
SGD 1.467841
SHP 0.89787
SLE 25.958789
SLL 23958.847407
SOS 653.072569
SRD 42.331462
STD 23648.621262
SVC 9.998511
SYP 14855.836759
SZL 20.278358
THB 37.125677
TJS 11.300992
TMT 3.998949
TND 3.400554
TOP 2.675988
TRY 44.941789
TTD 7.733043
TWD 34.188157
TZS 3065.713248
UAH 47.34839
UGX 4146.986922
USD 1.142557
UYU 47.561943
UZS 14662.489458
VES 111.865519
VND 29792.171477
VUV 138.061901
WST 3.150139
XAF 656.101658
XAG 0.031933
XAU 0.000336
XCD 3.087817
XDR 0.81897
XOF 656.121761
XPF 119.331742
YER 278.612695
ZAR 20.27719
ZMK 10284.389545
ZMW 29.794569
ZWL 367.902859

Glauber Braga resiste à cassação




O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou um ato de coragem ao iniciar uma greve de fome e permanecer nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A decisão, anunciada em abril de 2025, veio após a aprovação, por 13 votos a 5, de um parecer do Conselho de Ética que recomenda a perda de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O caso, que ainda será analisado pelo plenário da Casa, gerou intensa polarização política e mobilizou aliados e apoiadores, que veem na cassação uma tentativa de silenciar uma voz combativa da esquerda brasileira. Este artigo explora os detalhes do processo, o contexto político e as implicações do protesto de Braga.

Tudo começou em abril de 2024, quando Glauber se envolveu em uma confusão com Gabriel Costenaro, militante do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara. Durante uma discussão acalorada, o deputado empurrou e chutou o ativista, que participava de um debate sobre a regulamentação de motoristas de aplicativo. Segundo Braga, a reação foi motivada por provocações e ofensas dirigidas à sua mãe, Saudade Braga, então internada e que faleceu semanas depois. O Partido Novo, autor da representação contra o deputado, argumentou que a conduta violou o decoro parlamentar, justificando a cassação. Vídeos do incidente, amplamente divulgados, mostram a troca de agressões verbais e físicas, intensificando o embate político.

O Conselho de Ética, presidido por deputados de partidos de centro e direita, aprovou o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que considerou a reação de Braga “desproporcional” e incompatível com as prerrogativas de um parlamentar. A votação, marcada por protestos de deputados do PSOL e PT, foi criticada por aliados de Glauber como um julgamento político orquestrado por adversários, especialmente o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Braga acusou Lira de articular a cassação em retaliação às denúncias que fez contra o chamado “orçamento secreto”, um esquema de distribuição de emendas parlamentares que marcou a gestão de Lira.

Em resposta à decisão do Conselho, Glauber anunciou uma greve de fome, prometendo não se alimentar até a conclusão do processo, que ainda depende de recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de votação no plenário, onde são necessários 257 votos para confirmar a cassação. Dormindo no chão da sala do Conselho de Ética, o deputado transformou seu protesto em um símbolo de resistência, atraindo apoio de figuras como a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que, aos 90 anos, aderiu à greve de fome em solidariedade. A presença de parlamentares da esquerda, militantes sindicais e até do ator Marco Nanini, conhecido por papéis na TV, reforçou a mobilização, que ganhou as redes sociais com a hashtag #GlauberFica.

O protesto de Glauber expõe as tensões políticas no Brasil em 2025. De um lado, deputados bolsonaristas e do Centrão celebraram a decisão do Conselho, argumentando que a agressão física é inadmissível em um ambiente legislativo. Kim Kataguiri (União-SP), presente no incidente, defendeu a punição, alegando que Braga atacou primeiro e que tais condutas não podem ser toleradas. Por outro lado, a esquerda denuncia a cassação como uma perseguição política, apontando que casos semelhantes envolvendo deputados de direita, como agressões verbais ou ameaças, raramente resultam em punições tão severas. O PT, em nota oficial, classificou o processo como um “ataque à democracia” e expressou apoio à luta de Glauber e Erundina.

O impacto do caso vai além do destino do mandato de Glauber. A cassação, se confirmada, abriria precedente para punições mais duras a parlamentares, especialmente aqueles com posturas combativas. Dados históricos mostram que, desde 2000, apenas cinco deputados foram cassados no Brasil, todos por crimes graves como corrupção ou envolvimento em assassinatos, como o caso de Flordelis em 2021. Uma cassação por quebra de decoro, baseada em uma agressão isolada, seria um marco controverso, podendo intensificar a judicialização da política.

Enquanto isso, a saúde de Glauber é monitorada por médicos voluntários. Relatos indicam que, após dias de jejum, ele ingeriu apenas água e isotônicos, perdendo mais de dois quilos. Apesar da fragilidade física, o deputado mantém a determinação, recebendo visitas de aliados e do filho de três anos, que tem acompanhado o pai em momentos pontuais. Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, descreveu o ato como “radical e dramático”, mas necessário frente ao que considera uma injustiça. A mobilização também inclui obstruções no plenário, com PSOL e PT atrasando votações para pressionar por uma revisão do caso.

O futuro do processo permanece incerto. Na CCJ, Glauber terá cinco dias para apresentar recurso, questionando possíveis irregularidades regimentais. Caso o recurso seja rejeitado, o plenário decidirá, em até 90 dias, o destino do mandato. Analistas políticos apontam que o clima polarizado na Câmara dificulta prever o resultado, mas o apoio crescente nas ruas e nas redes pode influenciar deputados indecisos. O Centrão, que detém peso decisivo, sinalizou que um pedido de desculpas de Glauber poderia suavizar a pena, mas o deputado rejeita qualquer recuo, afirmando que “não será derrotado por articulações políticas”.

O protesto de Glauber Braga não é apenas uma luta pessoal, mas um reflexo das divisões ideológicas que marcam o Brasil. Sua coragem em enfrentar a cassação com um ato extremo reacende o debate sobre liberdade de expressão, limites do decoro e o papel da esquerda no enfrentamento de estruturas de poder. Enquanto o desfecho não chega, o deputado segue firme, transformando a Câmara em palco de uma batalha política que ecoa por todo o país.